Berlim/Catorze
países associam-se a projecto de defesa
antimíssil lançado pela Alemanha
Bissau, 14 Out 22(ANG) – Catorze países da NATO associaram-se na quinta-feira à Alemanha para comprarem em comum materiais de defesa antiaérea e antimíssil, no âmbito de uma iniciativa designada “escudo do céu europeu”, indicou a agência noticiosa AFP.
Este
projecto, apresentado pelo chancelar alemão Olaf Scholz, destina-se em
particular à compra de sistemas Iris-T e Patriot, respetivamente de origem
alemã e norte-americana, esclareceu a ministra da Defesa alemã Christine
Lambrecht.
A
Alemanha lidera esta iniciativa à qual se associaram o Reino Unido, Bélgica,
Bulgária, República Checa, Estónia, Letónia, Lituânia, Hungria, Países Baixos,
Noruega, Eslováquia, Eslovénia e Roménia.
Todos
os países são signatários da proposta de intenção transmitida à NATO durante a
reunião dos ministros da Defesa da Aliança.
A
Finlândia, candidata à adesão, associou-se ao projeto.
“Os
novos meios, totalmente interoperacionais e integrados de forma transparente da
defesa aérea e antimíssil da NATO, reforçarão consideravelmente a nossa
capacidade em defender a Aliança contra todas as ameaças aéreas e antimísseis”,
assinalou em comunicado Mircea Geoana, secretário-geral adjunto da NATO.
“Este
compromisso é hoje ainda mais crucial, quando assistimos aos impiedosos e cegos
ataques de mísseis da Rússia na Ucrânia, que matam civis e destroem infraestruturas
essenciais”, sublinhou.
No
entanto, diversos ‘media’ citados quinta-feira pelo ‘site’ Euractiv admitiram
que o “escudo do céu europeu” indicaram que poderá ser equipado com o sistema
de interceção de mísseis Arrow 3, de origem israelita.
A
França e a Polónia não se associaram a esta iniciativa, apesar de fonte
francesa citada pela AFP se ter referido a “uma excelente iniciativa” e
admitido que a NATO “necessita de sistemas de defesa antiaérea, antimíssil e
antidrones”.
Paris
argumentou que o seu sistema “MAMBA” de defesa terra-ar de médio alcance já se
encontra plenamente integrado na cadeia de controlo do comando aéreo aliado da
NATO, enquanto Varsóvia disse pretender instalar o seu próprio sistema de
defesa aérea.
No
final de Março passado, o Governo alemão tinha já admitido adquirir um sistema
israelita de defesa antimísseis, segundo revelou na ocasião a presidente do
Comité de Defesa do parlamento.
“Dada
a ameaça e os vários sistemas de armas de que dispõe a Rússia, é claro que
devemos estar interessados, é lógico”, declarou então Marie-Agnes
Strack-Zimmermann ao jornal Welt.
O
relator do parlamento para o orçamento de defesa, Andreas Schwarz, também
considerou no final de março que “o sistema israelita Arrow 3 é uma boa
solução”, com um custo de cerca de dois mil milhões de euros e podendo estar
operacional em 2025 a partir de três locais na Alemanha.
Após
anos de subinvestimento na Defesa, a Alemanha deu uma volte-face histórico no
final de Fevereiro, na sequência da invasão da Ucrânia pelo exército russo.
Em 27
de Fevereiro, poucos dias após o início da ofensiva russa, Olaf Scholz anunciou
um envelope financeiro excecional de 100 mil milhões de euros para modernizar o
exército e o objetivo de ultrapassar 02 por cento das despesas militares no Produto
Interno Bruto. ANG/Inforpress/Lusa
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