segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Eleições Saõ Tomé e Príncipe/Líder da ADI quer que TC são-tomense rejeite coligação pós-eleitoral

Bissau,03 out 22(ANG) - Na véspera do apuramento geral das eleições de 25 de Setembro pelo Tribunal Constitucional em São Tomé e Príncipe, surgem novos desenvolvimentos.

Três partidos introduziram no Tribunal Constitucional uma proposta de coligação pós-eleitoral antes da atribuição definitiva dos mandatos das eleições legislativas, que será analisada no decorrer do apuramento geral. O líder do ADI, Patrice Trovoada, manifestou a sua preocupação.

O acordo de "coligação de candidaturas" pós-eleitoral foi entregue ao Tribunal Constitucional na última quarta-feira. Esta instância vai iniciar esta segunda-feira o apuramento geral das eleições de 25 de Setembro.

No documento, o Movimento Basta, Movimento Democrático Força da Mudança/União Liberal (MDFM/UL) e a União para Democracia e Desenvolvimento (UDD) sublinham que a lei estabelece dois mecanismos de coligação distintos, nomeadamente, a coligação de partidos, no qual concorrem juntos às eleições e a coligação de candidaturas, em que concorrem separados, mas agrupam os votos no apuramento final dos resultados a favor de uma candidatura.

Com a materialização desta "coligação de candidaturas", os votos obtidos pelos partidos menos votados passariam a ser "aproveitados a favor da candidatura mais votada da coligação". Desta maneira, os 2.332 votos obtidos pelo MDFM/UL e pela UDD somar-se-iam aos 6.874 votos do Movimento Basta, totalizando 9.206 votos.

No sábado findo em conferência de imprensa dada aos órgãos de comunicação social, o líder da ADI, Patrice Trovoada, manifestou a sua preocupação. “Não se pode atribuir votos a uma coligação que não participou nas eleições”.

Patrice Trovoada reclamou na terça-feira passada a vitória do seu partido, Acção Democrática Independente, ADI, nas eleições legislativas com uma maioria absoluta com 30 mandatos e disse que assumiria as funções e as responsabilidades de primeiro-ministro e de chefia do próximo governo.

De acordo com os dados preliminares da Comissão Eleitoral Nacional (CEN), o maior partido de oposição lidera as intenções de voto, com 36.549 votos, seguido do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), do primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, com 25.531 votos, que por sua vez afirma ter eleito entre 22 e 24 deputados.

Em terceiro lugar chega a coligação formada pelo Movimento de Cidadãos Independentes/Partido Socialista (MCI/PS) e o Partido de Unidade Nacional (PUN), que obteve 5.120 votos.

Recorde-se que a Assembleia Nacional São-Tomense é composta por 55 deputados e, como tal, a maioria absoluta corresponde a 28 mandatos.

Este impasse político aumenta a incerteza e as expectativas dos cidadãos, a apenas um dia do apuramento geral dos resultados finais das eleições legislativas.

Entretanto, chegou este domingo a São Tomé o novo representante especial do Secretário da ONU para África Central, Abdou Abarry. Ele foi recebido pelos titulares dos órgãos de soberania, nomeadamente, Presidente da República, Presidente da Assembleia Nacional e o Primeiro-ministro.

Para além desse encontro, Abarry terá encontros com os partidos políticos e outras instituições do Estado são-tomense.ANG/RFI

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