Dia Mundial da Liberdade de Imprensa/Sinjotecs pede união da classe para elevar o nível do jornalismo guineense
Bissau ,03 Mai 23 (ANG) – O
Presidente do Sindicato Nacional dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação
Social (Sinjotecs), pediu hoje a união dos profissionais da imprensa nacional com
o objectivo de elevar o nível do jornalismo guineense.
Indira Correia Baldé falava
no encontro de reflexão sobre o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que se
assinala hoje sob o lema “ A Liberdade de Imprensa é a Base de Todos
os Direitos”.
Na ocasião, disse que sem
liberdasde de imprensa não há nada, salientando
que os jornalistas são vozes da população e têm que estar a altura de responder
perante suas obrigações.
“A luta pela liberdade de
imprensa e de expressão deve ser encarada não só pela classe, mas também pela
sociedade guineense em geral no momento em que estamos a assistir apesar de
alguns avanços, ainda há muitos desafios para vencer “,disse.
Entre esses desafios, Correia
Baldé,aponta a nova lei que determina a
atribuição de novas licenças de emissão de Alvarás no sector.
Segundo ela, essa lei não
facilita o exercício da liberdade de imprensa, ou seja um Governo que não
subvenciona e não dá atenção aos órgãos
de comunicação social e está a cobrá-los
mais do que ganham, é uma forma de os acantonar ou de dizer-lhes que daqui à
algum tempo vão fechar as portas.
Segundo Correia Baldé, além
da Taxa Audiovisual, existem vários pacotes de lei sobre a imprensa a espera da
promulgação, inclusive a lei sobre a Carreira Jornalística que foi aprovada
desde 2020 no Conselho de Ministros.
“Até a data presente o ministro
da Comunicação Social não se dignou a assinar o documento em causa e levá-lo à Presidência
da República para promulgação”, lamentou.
A líder do Sinjotecs critica que tudo isso representa uma tentativa de silenciar os sindicatos, ou
de “dizer aos jornalistas que não são importantes nesta sociedade”.
“São temas sobre os quais devemos
refletir e perguntar o porque de tudo
isto aos nossos governantes, para se saber se se trata de má fé ou uma campanha
contra a classe. Deve ser esclarecida ”, vincou Baldé.
Por seu turno, o Bastonário
da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau António Nhaga ,disse que a
Guiné-Bissau é o país mais difícil para jornalistas, se assim se pode dizer,
acrescentando que, de facto, têm tido um grande problema para exercerem as
suas actividades.
“Digo isso porque há uma
precariedade enorme em relação ao exercício da nossa profissão e hoje devia ser
um dia em que devia se realizar uma ação para alertar aos governantes de que,
de facto, é preciso respeitar a imprensa uma vez que sem ela não há democracia,
nem a liberdade de expressão “,disse.
Para o também docente da
Universidade Lusófona da Guiné (ULG), a imprensa é aquela instância que deve
permitir à todos darem a sua voz em pé de igualdade ,exprimindo cada um a sua
ideia, mas diz que isso não existe na Guiné-Bissau. “A Lei da Imprensa Nacional é bonita mas não tem aplicação
prática”,disse .
O Bastonário da Ordem dos
Jornalistas da Guiné-Bissau sugere , para o ano, o boicote de duas horas de suspensão
das atividades dos órgãos da Comunicação Social ,frisando que o ato
seria uma boa forma de chamar a atenção a alguém que deve assumir a responsabilidade
em relação a este setor, uma vez que sem a imprensa não há Direitos Humanos.
No encontro de reflexão
participarem jornalistas, Presidente da Associação das Mulheres Profissionais
da Comunicação Social ,Vice Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos
entre outras indivídualidades.
No mais recente relatório
dos Repórteres sem Fronteiras sobre a liberdade de Imprensa, a Guiné-Bissau
subiu 18 lugares ocupando o lugar número 78 do Ranking .ANG/MSC/ÂC//SG
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