Irão/ONU denuncia uma média de 10 execuções por semana no Irão
Bissau, 09 Mai 23 (ANG) - O
Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk,
denunciou hoje um "elevado número" de execuções no Irão desde o
início do ano, com uma média de 10 condenações à morte por semana.
Desde o dia 01 de janeiro,
pelo menos 209 pessoas foram executadas no Irão, sobretudo por delitos
relacionados com estupefacientes, segundo indicou o representante, citado num
comunicado, admitindo ainda que o número pode ser superior.
"Em média, desde o
início do ano, mais de 10 pessoas são condenadas à morte todas as semanas, o
que faz do Irão um dos países com um dos mais elevados números relativamente a
execuções", disse Turk.
"A este ritmo, é
preocupante que o Irão esteja no mesmo caminho do ano passado quando 580
pessoas foram alegadamente executadas", acrescentou, qualificando a
situação como "abominável".
A porta-voz do Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani,
sublinhou, durante uma conferência de imprensa em Genebra, que se a tendência
atual se mantiver "vai ser atingido um dos números mais elevados
relativos à aplicação da pena de morte no Irão desde 2015", quando
"foram registadas 972 execuções".
A ONU indicou ainda que
"apenas alguns" Estados continuam a impor e a aplicar a pena de morte
em todo o mundo.
Na segunda-feira, dois homens,
Sadrollah Fazeli Zare e Youssef Mehrdad, foram executados por enforcamento no
Irão acusados de blasfémia, o que suscitou a condenação de Washington e de
várias organizações não-governamentais (ONG) de defesa dos direitos humanos.
Segundo as Nações Unidas,
pelo menos 45 pessoas, incluindo 22 membros da minoria baluchi (cujos membros
aderem em maior número ao Islão sunita, em vez do ramo xiita que domina a
República Islâmica), foram executadas nos últimos 14 dias no Irão.
A maior parte delas foi
executada por crimes relacionados com estupefacientes.
"A imposição da pena de
morte por crimes relacionados com droga é incompatível com as normas
internacionais em matéria de direitos humanos", afirmou ainda Turk. ANG/Lusa
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