Moscovo/Rússia
insiste no envolvimento dos EUA no alegado ataque ao Kremlin
Bissau, 05 Mai 23 (ANG) – O chefe da
diplomacia russa, Serguei Lavrov, insistiu hoje no envolvimento dos Estados
Unidos no alegado ataque contra o Kremlin (presidência), defendendo que não
poderia ter ocorrido sem o conhecimento de Washington.
“Trata-se
de um ato hostil. É evidente que os terroristas de Kiev não o poderiam ter
cometido sem que os seus chefes tivessem conhecimento”, afirmou Lavrov durante
uma viagem à Índia, citado pela agência francesa AFP.
Moscovo
acusa os Estados Unidos e os seus aliados de estarem envolvidos numa guerra
“por procuração” contra a Rússia através da Ucrânia, que invadiu em 24 de
fevereiro de 2022.
A
Rússia atribuiu um ataque com ‘drones’ (aeronaves não tripuladas) contra a sede
da presidência russa, em Moscovo, na terça-feira à noite, às forças ucranianas
com o apoio dos Estados Unidos.
Moscovo
disse que o Presidente russo, Vladimir Putin, não estava no Kremlin no momento
do alegado ataque, mas considerou tratar-se de uma tentativa para o assassinar.
A
Ucrânia negou qualquer responsabilidade, bem como os Estados Unidos.
“A
capacidade de mentir dos nossos amigos ucranianos e ocidentais é bem
conhecida”, reagiu Lavrov em Goa, após uma reunião dos chefes da diplomacia da
Organização de Cooperação de Xangai, que integra também China, Índia,
Paquistão, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão e Uzbequistão.
O
ministro dos Negócios Estrangeiros russo insistiu que Moscovo tomará medidas de
retaliação contra a Ucrânia, mas sem especificar.
“Somos
muito pacientes”, acrescentou, segundo a agência espanhola Europa Press.
Num
comunicado divulgado na quinta-feira, a diplomacia russa já tinha advertido que
Moscovo “responderá de acordo com a avaliação da ameaça que Kiev criou para a
liderança” da Rússia.
O
ministério de Lavrov reafirmou também a acusação de que Kiev tem o apoio de
países ocidentais, que lhe fornecem armas e informações, treinam os militares e
“apontam-lhes alvos”.
Diversos
analistas ocidentais admitiram que o incidente, mostrado pelas televisões
russas, terá sido organizado por Moscovo como um ato de propaganda.
O
Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês), com sede nos
Estados Unidos, considerou como “extremamente improvável” que ‘drones’ pudessem
atravessar os vários sistemas de defesa antiaérea instalados em Moscovo.
Imagens
de satélites, captadas em janeiro, mostram que as autoridades russas instalaram
sistemas de defesa de mísseis Pantsir terra-ar perto de Moscovo para o
fortalecimento de círculos defensivos à volta da capital do país.
Para
o ISW, um ataque “não detetado” pelos sistemas de defesa contra um objetivo tão
importante como o Kremlin constituiria uma “grande vergonha para a Rússia”.
A
invasão russa da Ucrânia desencadeou uma guerra que mergulhou a Europa naquela
que é considerada como a crise mais grave de segurança desde a Segunda Guerra
Mundial (1939-1945).
O
número de baixas civis e militares não é conhecido, mas diversas fontes,
incluindo a ONU, dizem que será muito elevado. ANG/Lusa
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