Quénia/Comissária da UA aponta mudanças climáticas como “pandemia” para África
Bissau, 05 Set 23 (ANG) - A comissária da União Africana, Josefa Sacko, apontou , segunda-feira, em Nairóbi, Quénia, às alterações climáticas como uma “pandemia “ e um stress a economia africana, por obrigar os governos a abandonar os processos de desenvolvimento e concentrar os recursos para responder aos desastres, construindo resiliências.
Intervindo na
cerimónia de abertura da plenária do segmento ministerial da
Cimeira Africana do Clima, fez menção que muitos governos africanos usam cerca
de 2% dos seus fundos para investir em desastres climáticos e projectos de
adaptação no continente.
Josefa Sacko, que
responde pela pasta da agricultura, desenvolvimento rural, economia azul e
ambiente na União Africana, avançou ainda que alterações climáticas estão
causar também perdas económicas na ordem de 5% do produto interno bruto (PIB)
anual no continente.
“ Os custos das
alterações climáticas em África são muito altos ”, afirmou.
Diante dos mais
diferentes representes africanos e estrangeiros, a comissária falou da promessa
dos 100 biliões de dólares norte-americanos feita pelos países desenvolvidos,
cujo Acordo, o de Paris, expira passados os cinco anos.
Diante dos desafios,
disse que o principal objetivo da Cimeira é impulsionar o esforço coletivo
sobre às alterações climáticas e a sustentabilidade.
“Juntos pretendemos
elevar o discurso em torno das mudanças climáticas e reunir apoio para uma
arquitetura financeira que seja especificamente adaptada para África, tendo
também em mente a resiliência e sobrevivência dos recursos abundantes do
continente à medida que acelera a transição para a economia resiliente às
alterações climáticas”, sublinhou.
A agenda do evento,
inclui a discussão, entre outras, questões relacionadas com a expansão do
financiamento climático de elevado impacto em África, no quadro dos mercados de
carbono para o Hemisfério Sul, as oportunidades de investimento para a
transformação dos sistemas alimentares do continente, tendo em conta o
potencial de continente berço em termos de minerais, produção e comércio.
De acordo com a agenda,
os ministros vão também abordar a aceleração dos investimentos no sector
das águas resilientes às alterações climáticas, um dossier que
poderá conduzir a pactos de investimento para a adaptação ao clima.
O sistema de aviso
prévio, no âmbito do clima, paz, segurança e mobilidade faz parte, de igual
modo, da agenda da plenária ministerial deste dia.
O diagnóstico
interferacional com a juventude em África, também consta na agenda das
prioridades.
Sob o lema “
Impulsionando o crescimento verde e soluções de financiamento climático para
África e o mundo”, o Fórum também vai centrar-se na apresentação de soluções
inovadoras de crescimento verde e de financiamento do clima em África e no
mundo.
Para o efeito, juntam-se
ao coletivo representantes do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e
do Banco Mundial (BM), parceiros regionais e globais desta Cimeira,
respectivamente. ANG/Angop
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