Quénia/Comunidade
Económica da África Central dá ao Gabão um ano para restaurar “ordem
constitucional”
Bissau, 05 Set 23(ANG) – A Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) deu aos autores do golpe de Estado no Gabão de 30 de agosto um ultimato de um ano para restaurar a “ordem constitucional”.
“Foi
dado um prazo de um ano para que o processo político seja reativado para um
rápido regresso à ordem constitucional”, anunciou na segunda-feira à noite o
vice-presidente da Guiné Equatorial, na rede social X (antigo Twitter).
Teodoro
Nguema
A
decisão saiu de uma reunião extraordinária da CEEAC, realizada na segunda-feira
na Guiné Equatorial.
Por
outro lado, a CEEAC designou o presidente da República Centro Africana como
facilitador das negociações, devendo se deslocar “imediatamente para Libreville
para contatos, não só com o poder estabelecido, mas também com a oposição,
sociedade civil e todas as partes envolvidas” na base de orientações
previamente definidas na reunião, disse o primeiro-ministro de São Tomé e
Príncipe.
Patrice
Trovoada disse que participaram na reunião extraordinária da CEEAC os
Presidentes de Angola, da República do Congo, da República Centro Africana, da
Guiné Equatorial, um representante do Chade e o representante especial do
Secretário-Geral das Nações Unidas para a África Central.
Fazem
parte da CEEAC Angola, Burundi, Camarões, República Centro-Africana, Chade,
Congo, Guiné Equatorial, Gabão, Ruanda, São Tomé e Príncipe e República
Democrática do Congo.
O
general Brice Oligui Nguema, que derrubou na semana passada Ali Bongo, tomou
posse na segunda-feira como presidente do Gabão durante um período de
transição, no final do qual prometeu eleições sem especificar uma data.
No
dia 30 de agosto, os militares golpistas anunciaram o “fim do regime” de Ali
Bongo Ondimba, que governou o Gabão durante 14 anos, menos de uma hora após a
proclamação da sua reeleição nas eleições de 26 de Agosto, alegando que estas
tinham sido fraudulentas.
No
dia seguinte, os golpistas proclamaram o general Oligui Nguema presidente de um
Comité de Transição e de Restauração das Instituições (CTRI).
Os
golpistas colocaram Ali Bongo em prisão domiciliária por “alta traição às
instituições do Estado” e “desvio massivo de fundos públicos”, entre outros
crimes, e anunciaram a nomeação do general Brice Oligui Nguema, comandante da
Guarda Republicana, como novo “presidente de transição”.
A
família de Ali Bongo Ondimba – que se tornou Presidente após a morte do seu
pai, Omar Bongo, em 2009 – está no poder desde 1967.
O
golpe de Estado no Gabão, uma das potências petrolíferas da África subsaariana,
é o segundo a ocorrer em África em pouco mais de um mês, depois de o exército
ter tomado o poder no Níger, em 26 de Julho.
O
Gabão juntou-se assim à lista de países palcos de golpes de Estado
bem-sucedidos nos últimos três anos, que, para além do Níger, inclui o Mali
(Agosto de 2020 e Maio de 2021), a Guiné-Conacri (Setembro de 2021), o Sudão
(Outubro de 2021) e o Burkina Faso (Janeiro e Setembro de 2022).
ANG/Inforpress/Lusa
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