China Popular/Tentativas de criar conflitos na Ásia - Pacífico "não têm futuro"
Bissau, 09 Abr 24 (ANG) - O Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, advertiu hoje, após um encontro com o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, em Beijing, que "qualquer tentativa de criar confrontos na Ásia - Pacífico não tem futuro".
Em conferência de
imprensa após o encontro, Lavrov afirmou que um dos temas discutidos durante as
reuniões foi a questão d e como "alcançar a paz e a estabilidade na Ásia -
Pacífico", apesar dos "esforços dos Estados Unidos para criar uniões
políticas dirigidas contra a Rússia e a China".
De acordo com o ministro
dos Negócios Estrangeiros russo, este comportamento de Washington é
"contra os seus próprios interesses e contra os dos seus aliados".
"O mundo de hoje
está longe de ser pacífico, há agitação e caos em muitas áreas", disse
Wang, que apelou à "defesa do verdadeiro multilateralismo, evitando
qualquer tentativa de confronto na Ásia - Pacífico.
Estas declarações surgem
numa altura de tensão na região devido ao início iminente do mandato do
presidente eleito de Taiwan, William Lai (Lai Ching-Te), descrito como um
"agitador" por Beijing, e às disputas territoriais entre a China e as
Filipinas no Mar do Sul da China.
Lavrov afirmou que a
questão de Taiwan, ilha cuja soberania é reivindicada por Beijing, é um
"assunto interno da China" e que qualquer intervenção externa é
"intolerável".
Manter boas relações com
Moscovo é vista por Beijing como crucial para contrariar a ordem democrática
liberal dominada pelos Estados Unidos e países aliados. É também uma forma de
assegurar estabilidade na fronteira terrestre com a Rússia, que tem mais de
4.300 quilómetros de extensão, e fornecimento estável de energia.
Esta condição permite a
Pequim concentrar recursos nas áreas costeiras e mares circundantes, onde os
Estados Unidos mantêm várias bases militares em países aliados, segundo
analistas de política externa chineses.
A China quer afirmar-se
como a principal potência no leste da Ásia e diluir o domínio geoestratégico
norte-americano na região. A reunificação de Taiwan, localizado entre o Mar do
Sul da China e o Mar do Leste da China, no centro da chamada "primeira
cadeia de ilhas", é um objectivo primordial no projecto de
"rejuvenescimento da nação chinesa", lançado pelo Presidente chinês,
Xi Jinping.
As reivindicações
territoriais sobre Taiwan e o Mar do Sul da China suscitaram tensões entre Beijing
e quase todos os países vizinhos, desde o Japão às Filipinas. A crescente
assertividade da China no Indo-Pacífico levou já à formação de parcerias
regionais lideradas pelos Estados Unidos, incluindo o grupo Quad ou o pacto de
segurança AUKUS, que propôs esta semana a inclusão do Japão.
Lavrov, que chegou à
China na segunda-feira, encontra-se no país asiático para uma visita oficial de
dois dias a convite de Wang e que, segundo a imprensa chinesa, poderá servir de
prelúdio à primeira visita ao estrangeiro do Presidente russo, Vladimir Putin,
após a sua reeleição, uma possibilidade avançada pelos órgãos de comunicação
internacionais para o próximo mês de Maio.ANG/Angop
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