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 EUA/Falha informática mundial perturba transportes, bancos e meios de comunicação social

Bissau, 19 Jul 24 (ANG)  - Uma falha informática global no sistema da Microsoft está a afectar inúmeras empresas, incluindo companhias aéreas, financeiras, de média em vários pontos do mundo.

O problema na origem da avaria já está "identificado" e "a ser corrigido", segundo o presidente da CrowdStrike, grupo americano de cibersegurança.

Nos Estados Unidos, as principais companhias aéreas cancelaram todos os voos, tal como no Reino Unido, onde a maior companhia ferroviária britânica anunciou possíveis cancelamentos de viagens. Na Índia foram anunciadas grandes perturbações. Outros países e sectores também foram afectados, incluindo serviços de emergência.

De acordo com o Downdetector, que monitoriza interrupções, desde a noite passada que foram registados picos repentinos de incidentes em vários ‘sites’ que incluem aplicações da Microsoft.

Os problemas que começaram a ser detectados nos Estados Unidos, onde todos os voos de várias companhias aéreas foram suspensos, seguiu-se a televisão australiana TV ABC e várias empresas a anunciarem uma falha técnica gigante, perturbando fortemente o seu trabalho. Anúncios que rapidamente se foram replicando, com outros países a reportarem problemas semelhantes.

As principais companhias aéreas americanas, incluindo Delta, United e American Airlines, suspenderam todos os voos, dando conta de um problema de comunicação, de acordo com a Administração Federal de Aviação (FAA).

Outros aeroportos europeus também declararam estar afectados. Em Berlim, o aeroporto internacional foi bloqueado, com a porta-voz a anunciar “um incidente técnico, o que está a causar atrasos no check-in e a suspensão do serviço aéreo”.

A companhia aérea irlandesa Ryanair, a maior da Europa em número de passageiros transportados, também alertou que estava “a enfrentar perturbações na rede devido a uma falha informática global”.

A Air France anunciou operações “perturbadas em algumas escalas”, acrescentando que os voos já em curso não são afectados. Porém a companhia aérea não especificou quais os destinos afectados.

Os voos de e para os aeroportos parisienses de Charles de Gaulle e Orly, principais pontos de entrada em França para os Jogos Olímpicos, estão a funcionar normalmente, segundo o grupo ADP, gestor dos aeroportos parisienses.

O aeroporto de Zurique, o mais importante da Suíça, suspendeu as aterragens até nova ordem, mas os aviões já em rota poderão aterrar, informou em comunicado.

Na Índia, três companhias aéreas também relataram importantes perturbações informáticas. O aeroporto de Hong Kong avisou que algumas companhias estavam a ser afectadas por esta falha. A televisão estatal chinesa anunciou que não havia perturbações nos voos nos aeroportos de Pequim.

No Reino Unido, as quatro principais companhias ferroviárias do país anunciaram enfrentar problemas informáticos, levando a possíveis cancelamentos de última hora.

O estado americano do Alasca também informou que os serviços de emergência foram afectados, segundo a BBC. As autoridades avisaram que o 911 e outros centros de chamadas não urgentes não estavam a funcionar correctamente. Vários hospitais nos Países Baixos também indicaram estar afectados, levando ao encerramento de um serviço de urgências e ao adiamento de operações.

O comité organizador dos Jogos Olímpicos de Paris declarou que as suas actividades informáticas foram impactadas, a uma semana da cerimónia de abertura. “As equipas técnicas de Paris 2024 estão totalmente mobilizadas para limitar os impactos e activámos os planos de contingência para garantir a continuação das operações”, escreveu o comité organizador em comunicado, sem dar mais detalhes.

Estes problemas técnicos parecem estar relacionados com a Microsoft, afectando assim os seus clientes. A empresa anunciou estar a tomar “medidas de mitigação” enquanto resolve o problema. Segundo a agência francesa de cibercriminalidade, “nada indica que a falha informática global seja um ciberataque”.

As perturbações resultam de uma falha nos serviços de cloud da Microsoft e na plataforma Crowdstrike Falcon, concebida para bloquear falhas de cibersegurança. 

O problema na origem da avaria já está "identificado" e "a ser corrigido", segundo o presidente da CrowdStrike, grupo americano de cibersegurança.

"A CrowdStrike está a trabalhar activamente com os clientes afectados por uma falha encontrada numa única actualização de conteúdo para utilizadores Windows (...) Não se trata de um incidente de segurança ou de um ciberataque. O problema foi identificado, isolado e uma correcção foi implementada", escreveu George Kurtz, presidente da CrowdStrike, nas redes sociais. ANG/RFI