França/ Governo assinalou, com africanos, 80 anos do Desembarque da Provença
Bissau, 16 Ago 24 (ANG) - A França celebrou, quinta-feira,
os 80 anos do desembarque das tropas aliadas na região da Provença, durante a
Segunda Guerra Mundial.
s desembarcaram no sudeste da França para lutar contra a ocupação nazi.
Os presidentes francês, Emmanuel
Macron, e o camaronês, Paul Biya, prestaram homenagem aos soldados de então e
fizeram questão de sublinhar que "não haveria vitória aliada"
sem "os fuzileiros" africanos.
Os chamados "tirailleurs"
(fuzileiros), muitas vezes conhecidos como "senegaleses", mas,
na realidade originários de todo a África ocidental, equatorial, Madagáscar e
Oceano Índico, tiveram um papel
preponderante no sucesso do Desembarque da Provença que, a prazo,
veio a provocar a derrota da Alemanha nazi e a libertação da França.
De entre os 250 000
soldados da França que participaram a grande maioria vinha de exércitos
africanos.
Um papel destacado
por Emanuel Macron: "Oficiais
do Império ou filhos do Sahara, naturais da Casamança ou de Madagáscar (...), não
eram da mesma religião, (...) eram, no entanto, o exército da
nação, o exército mais fervoroso e mais colorido" para lembrar o papel
do Desembarque na Provença, na noite de 14 a 15 de Agosto de 1944.
"Estes homens
chamavam-se François, Boudjema, Harry, Pierre, Niakara" lembrou
o presidente francês,
enfatizando o facto de muitos
entre eles nunca terem pisado terra da França metropolitana até
serem enviados para participar na libertação da França, aquando da operação
Dragoon, dois meses após o Desembarque da Normandia.
A parte de
África em França passa também por este legado a que estamos vinculados.
E saúdo hoje a
presença dos presidentes dos Camarões, da República Centro-Africana, das
Comores, do Gabão, do Togo, com autoridades eclesiásticas do Mónaco, tão fiel,
junto do primeiro-ministro de Marrocos, representantes da Costa do Marfim,
Madagáscar e Senegal e alunos do liceu senegalês de Thiaroye.
Como a França não
esquece nada dos sacrifícios dos congoleses, beninenses, nem dos povos do
Burkina Faso, do Mali e do Níger e de tantos outros !
Não, nada da mais
bonita memória desses homens é esquecida !
Os seus nomes devem
continuar a ser atribuídos às nossas ruas e praças, para que os seus vestígios
duradouros sejam inscritos na nossa História.
Por seu lado Paul Biya, presidente dos Camarões,
presente na cerimónia, enfatizou o enorme respeito que o exemplo dos
combatentes africanos pela libertação da França.
Em todos os
lugares aonde os combates os conduziram estes soldados valentes provenientes da
África ocidental, equatorial, de Madagáscar ou do Oceano Índico deram um
testemunho magnífico !
Em contrapartida eles
pagaram um preço muito elevado em prol da vitória.
Foram combatentes
exemplares, frequentemente herdeiros de tradições guerreiras antiquíssimas, de
uma coragem, de uma audácia e lealdade admiráveis ! Eles foram os artesãos da
vitória. O seu sangue derramado está misturado para sempre com outros sangues
para que a bandeira da França e respectivos aliados seja definitivamente coroada
de glória.
Neste dia de
lembrança devemos-lhes um enorme respeito !
As cerimónias foram perturbadas devido a um alerta de tempestade e de trovoada na área, foi cancelada, nomeadamente a reconstituição do desembarque na praia de Lido, em Toulon. ANG/RFI
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