Índia/Profissionais de saúde indianos intensificam protestos após violação de médica
Bissau, 16 Ago 24 (ANG) - Os profissionais de saúde indianos afirmaram hoje que vão intensificar os protestos, na sequência da violação e do assassínio de uma médica na semana passada num hospital de Calcutá (leste), um caso que chocou o país.
“Estamos
a intensificar os nossos protestos (...) para exigir justiça para a nossa
colega”, disse Suvrankar Datta, clínico e investigador de radiologia no
hospital público All India Institutes of Medical Sciences, em Nova Deli.
O
corpo da médica, de 31 anos, foi encontrado com múltiplos ferimentos na
sexta-feira passada, no hospital público de Calcutá onde trabalhava. A autópsia
confirmou a violação e o homicídio, tendo a polícia detido um homem acusado de
ajudar as pessoas a passar pelas filas de espera dos hospitais.
Na
segunda-feira, os médicos dos hospitais públicos de vários estados indianos
suspenderam os tratamentos não urgentes por "um período indefinido",
exigindo maior segurança no local de trabalho.
"A
greve vai continuar até que todas as exigências sejam oficialmente
satisfeitas", declarou Dhruv Chauhan, da Rede de Jovens Médicos da
Associação Médica Indiana, à agência de notícias indiana Press Trust of India,
na quinta-feira.
Milhares
de pessoas, principalmente mulheres, manifestaram-se em Calcutá na manhã de
quinta-feira para denunciar este crime e exigir justiça.
A
violência sexual contra as mulheres é generalizada na Índia, com uma média de
quase 90 violações por dia registadas em 2022 no país, com 1,4 mil milhões de
habitantes.
Em
2021, a violação e o homicídio de uma jovem num autocarro de Nova Deli
desencadearam grandes protestos, por vezes violentos, e a pressão da opinião
pública levou o governo introduziu penas mais severas para os violadores e até
a pena de morte para os reincidentes.
Foram
também introduzidos vários novos crimes sexuais, incluindo o assédio, e penas
de prisão para os funcionários que não registem queixas de violação.
Também
na quinta-feira, o primeiro-ministro, Narendra Modi, pediu que os
“comportamentos monstruosos contra as mulheres” sejam “severa e rapidamente
punidos”.
Os
profissionais de saúde do país apelam também à aplicação da Lei Central de
Proteção, um projeto de lei destinado a proteger os profissionais de saúde da
violência.
Na
terça-feira, o Tribunal Superior de Calcutá transferiu a agência de
investigação federal para “inspirar a confiança do público”. ANG/Lusa
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