Economia/Governo fixa em 410 francos CFA o preço base de venda de castanha de caju
Bissau, 10 Mar 25(ANG) - O Primeiro-ministro,
Rui Duarte Barros, anunciou no sábado que o preço-base de compra da castanha de
caju junto ao produtor vai ser de 410
francos CFA por quilograma.
Este produto agrícola representa 90% das exportações nacionais.
Rui Barros presidia a abertura da campanha de comercialização da
castanha de caju/2025, e disse esperar que seja “muito boa "ou
“melhor que a do
ano passado”. Em 2024, o preço base foi fixado em 350 francos CFA por
quilograma, mas devido à elevada procura, atingiu os 700 francos CFA.
O primeiro-ministro destacou
que a castanha de caju é mais do que um simples produto agrícola, sendo um
“símbolo da nossa cultura, da nossa identidade, da nossa capacidade de
transformar desafios em oportunidades”.
Rui Barros salientou que o
preço base estabelecido para a compra do produto aos agricultores resultou de
um “trabalho cuidadosamente definido” entre o Governo e os operadores do setor,
visando tornar o produto “acessível aos consumidores e sustentável para os
produtores”.
O ministro do Comércio e
Indústria Orlando Mendes Viegas, destacou as melhorias introduzidas pelo
Governo na campanha de 2024, nomeadamente um “melhor controlo do contrabando
para o Senegal”, como garantias de que a campanha de 2025 “vai correr bem”.
Dados do Governo indicam
que, em anos anteriores, cerca de 90 mil toneladas de castanha foram
contrabandeadas para países vizinhos, como o Senegal, Gâmbia e Guiné-Conacri.
Recentemente, o Governo reforçou a vigilância nas fronteiras terrestres e
marítimas, com a presença constante de elementos da Guarda Nacional nos postos
de passagem e o confisco de caju apreendido em contrabando.
Orlando Viegas assinalou que
o reforço da vigilância nas fronteiras com o Senegal, por exemplo, levou ao
aumento das receitas do Estado derivadas da campanha de comercialização do caju
em 2024.
O secretário-geral da Câmara
do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços(CCIAS) Saliu Bá, felicitou o
Governo pelas medidas adotadas para “favorecer um melhor clima de negócio do
caju”, mas destacou também a necessidade de um melhor controlo dos operadores
sazonais. Segundo Saliu Bá, ao contrário dos operadores residentes no país, os
sazonais (compradores ocasionais) tendem a não cumprir com as obrigações
fiscais.
Saliu Bá encorajou todos os
intervenientes na fileira do caju a continuarem com ações que valorizem o
produto, que elevou a Guiné-Bissau ao posto de segundo maior produtor em
África, a seguir à Costa do Marfim.ANG/Lusa
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