quarta-feira, 5 de março de 2025

EUA/Trump aumenta taxas aduaneiras sobre produtos do México, Canadá e China

Bissau, 05 Mar 25 (ANG) - A administração Trump colocou em prática, na terça-feira, as suas ameaças e passou a cobrar aumentos de 20% nas taxas aduaneiras aplicadas sobre os produtos importados da China e 25% sobre os produtos provenientes dos vizinhos imediatos dos Estados Unidos, ou seja o Canadá e o México.

Inicialmente adiados por um período de um mês, estes aumentos das taxas alfandegárias surgem na ausência de um qualquer acordo dos Estados Unidos com os países visados que acusa de não combater o suficiente a circulação de Fentanyl, droga que se tornou um problema de saúde pública em território americano.

Os Estados Unidos acabam de intensificar um pouco mais a guerra comercial encetada com o regresso de Donald Trump à Casa Branca, fazendo designadamente voar em estilhaços o acordo trilateral até agora em vigor entre Washington, México e Ottawa que previa trocas comerciais quase isentas de quaisquer direitos aduaneiros durante três décadas.

Perante este cenário que diz respeito a 918 mil milhões de Dólares de produtos importados do México e do Canadá, a Presidente mexicana reservou ainda a sua reacção, mas o Canadá já anunciou medidas de retaliação. Ao sublinhar que esses "direitos alfandegários vão perturbar uma relação comercial particularmente bem-sucedida", o Primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, anunciou ontem à noite que o seu país iria passar a implementar a partir desta terça-feira direitos aduaneiros de 25% sobre cerca de 20 mil milhões de Dólares de importações dos Estados Unidos.

Ottawa prometeu ainda que 86 mil milhões de Dólares de produtos americanos suplementares seriam alvo destas mesmas taxas se a administração Trump mantivesse a sua nova política aduaneira para além do prazo de 21 dias.

Por seu lado, Pequim anunciou a implementação a partir do 10 de Março de aumentos compreendidos entre 10 e 15% das taxas aduaneiras sobre produtos como os frangos, o trigo e o milho americanos de que a China é o principal cliente. Pequim nunca cedeu à intimidação disse hoje o Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros. "Tentar exercer pressão extrema sobre a China é um erro de cálculo", acrescentou ainda Pequim ao anunciar igualmente restrições às exportações e investimentos de 25 empresas americanas, por motivos de segurança nacional.

Desde que reassumiu as rédeas do poder nos Estados Unidos, Donald Trump tomou uma série de medidas indiciando uma viragem proteccionista do seu país. Para além de anunciar a sua intenção de restabelecer direitos aduaneiros de 25% sobre as importações de aço e de alumínio, a partir do dia 12 de Março, o Presidente americano decidiu igualmente mandar encetar uma auditoria sobre as importações de madeira e seus derivados, o que poderia resultar na imposição de direitos aduaneiros com forte impacto sobre o Canadá.

Estas medidas vêm juntar-se ao projecto de Donald Trump sobre os chamados "direitos aduaneiros recíprocos" sobre as importações provenientes de países ou blocos que cobram impostos sobre os produtos americanos, uma política que poderia visar a União Europeia que já prometeu reagir com firmeza, no caso de ela se concretizar. ANG/RFI

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