Bocundji Ca sem medo depois de
conseguida a "segunda independência"
Bissau,14 Nov 16(ANG) - O
‘capitão’ da seleção de futebol de Guiné-Bissau, Bocundji Ca, admitiu hoje que
a qualificação para a Taça das Nações Africanas (CAN) de 2017 foi como a
“segunda independência” do país, assumindo-se destemido para a fase final.
“É a segunda independência da
Guiné-Bissau, agora no futebol, porque precisamos destes momentos. A
Guiné-Bissau tem muitos problemas e acho que o futebol pode ajudar a mudar, como
aconteceu na Costa do Marfim, quando se qualificou para o Mundial e os
dirigentesse juntaram em prol do
futebol.Vai ser um momento de grande alegria para o povo guineense”, disse à agência Lusa o médio, atualmente sem clube.
Aos 29 anos, o antigo
futebolista de Nantes, Tours, Nancy, Reims, Châteauroux e Paris FC enalteceu o
seu orgulho por capitanear os ‘Djurtus’ na caminhada para a primeira presença
na CAN.
“É um momento muito
importante para o meu país. É o resultado de muito trabalho de muitos e muitos
anos, tenho muito orgulho de representar a seleção nacional e ainda mais por
ser o ‘capitão’ desta equipa”, frisou.
A Guiné-Bissau vai estrear-se
na competição frente ao anfitrião Gabão, a 14 de janeiro, medindo forças depois
com Camarões e Burkina Faso, a 18 e 22, respetivamente, em jogos do Grupo A da
principal competição africana de seleções.
“Vamos jogar contra uma
grande nação, o Gabão, com um dos melhores avançados do mundo, o Aubameyang,
mas a Guiné-Bissau não vai de férias, temos as nossas armas e vamos dar o
máximo. O mundo vai perceber que temos talentos e dirigentes no futebol que são
competentes”, sublinhou.
O principal objetivo da Guiné-Bissau
passa pela qualificação para os quartos de final, meta pela qual Bocundji Ca
não duvida o empenho da seleção.
“Queremos dignificar o nosso
país, vamos dar tudo o que pudermos dar. Não temos medo de enfrentar nenhuma
equipa. Vamos para dar o máximo, tenho muita confiança no grupo e nos
dirigentes, e espero passar a primeira fase. Depois, tudo é possível, como foi
o exemplo de Portugal, que ganhou o Euro2016 e ninguém contava”, recordou.
A crença numa qualificação
para uma grande competição moveu o médio defensivo, apresentando-se como
exemplo para esta confiança.
“Eu jogo, há muitos anos, em
França, onde fiz a formação no Nantes, Tive convites do Senegal e da
Guiné-Conacri, mas disse sempre que não,
porque sempre acreditei que a Guiné-Bissau ia chegar à este patamar. Sabíamos
sempre que ia ser difícil, mas acreditei, hoje estamos lá, com orgulho de ser
guineense”, vincou.
O momento político conturbado
no país não foi esquecido pelo ‘capitão’, que apelou à união do povo guineense,
tendo em vista o bem comum.
“Podem acreditar na nossa
capacidade, no nosso talento, e o futebol pode acabar com muitos problemas na
Guiné-Bissau”, concluiu.
A CAN2017 vai ser disputada
em quatro cidades do Gabão, entre 14 de janeiro e 05 de fevereiro.
ANG/Lusa
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