quarta-feira, 9 de novembro de 2016

COP22

“A Guiné-Bissau ainda não ratificou Acordo de Paris sobre o clima, diz especialista

Marrakech, 09 Nov 16 (ANG)O ponto Focal sobre as Alterações Climáticas na Guiné-Bissau confirmou hoje que o país, a semelhança de outras 93 nações do mundo que se engajaram no compromisso de aplicação do Acordo de Paris sobre o clima, ainda não ratificou aquele documento.
 
Em declarações exclusivas à ANG, à margem dos trabalhos da Convencão da ONU sobre as mudanças climáticas que decorrem em Marrakech, Marrocos, Viriato Luís Soares Cassama relacionou o facto com a actual paralisação da Assembleia Nacional Popular (ANP), devido a crise política que persiste no país desde Agosto de 2015.

 “Todos os dispositivos necessários a sua apresentação e posterior aprovação no parlamento já foram criados’, garantiu Viriato Cassamá referindo-se a tradução linguística do document para o português, com o apoio do Programa das nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), bem como os textos anexos que apenas aguardam o re-arranque do hemiciclo guineense.

Disse que, se não fosse a críse o país seria um dos primeiros 100 Estados do mundo que já adoptaram o AP.

Cassamá mostrou-se, no entanto, convicto de que tudo será ultrapassado e que esta pretensão acabará por se materializar em breve.

Em relacão ao COP22, Viriato Luís Soares Cassama espera que o mundo passe de palavras aos actos, ou seja, que os mais de 100 mil milhões de dólares prometidos anualmente para financiamento da luta contra alterações climáticas sejam efectivamente postos à disposição das partes assinantes do AP, tanto mais que apelidou a reunião de Marrakech de ‘COP de implementação’.

A delegação guineense, que inclui ainda um técnico ambiental, um metereologista, um deputado e um membro da sociedade civil, tem se desdobrado em encontros com parceiros bi e multilateral, no sentido de facilitar a disponibilização  de cerca de 200 milhões de dólares previstos para financiamento dos 7 projectos sub-regionais já aprovados.

 Dentre os projectos apresentados constam, o sub-regional com a UICN sobre a errosão  dos paises costeiros, o de elaboraçao do plano nacional de adaptação a médio e longo prazo com o PNUD, um outro ligado aos estados insulares de África e suportado pelo FAO.

A delegação guineense vai aproveitar este evento para apresentar aos participantes um novo projecto relacionados às  mudanças climáticas, com a finalidade de ver este incluido no  pacote de financiamento disponível.

“Estou convicto que vamos conseguir financiamento para os nossos projectos’, manifestou Viriato  Cassama que acentua o seu optimismo na reunião sobre o assunto tida  em finais de Outubro na Africa do Sul, aonde as perspectivas se revelaram bastante positivas.

Vincou que o momento é de arregassar as mangas para, juntamente com os parceiros de implementacao como PNUD, FAO, UICN, BOAD, entre outros, se conseguir a materialização efectiva dos projectos.

Viriato Cassamá  lamentou a falta de meios financeiros por parte do governo guineense para a edificação de um Stand dedicado a exibição dos produtos e trabalhos que estão sendo desenvolvidos a nivel nacional em defesa do meio ambiente à semelhança de paises africanos como o Senegal , Guine-Conacri, Marrocos e outros.

“Se estamos aqui foi graças ao apoio do PNUD. Mas mesmo assim somos poucos para desdobrar-se em todos os eventos”, lamentou.
José Augusto Mendonça, enviado especial da ANG

Sem comentários:

Enviar um comentário