Governo e FARC assinam novo acordo de paz na quinta-feira
Bissau, 23 Nov 16 (ANG) – O
Governo colombiano e as guerrilhas FARC vão assinar um segundo acordo de paz na
próxima quinta-feira, depois de um primeiro acordo para pôr fim a décadas de
violência no país ter sido rejeitado em referendo, adiantou hoje a AFP.
“O Governo e as FARC concordaram
assinar o acordo final para pôr fim ao conflito e construir uma paz estável e
duradoura”, declararam negociadores de ambas as partes num comunicado hoje
divulgado e citado pela AFP.
O novo acordo havia sido
anunciado a 12 de Novembro.
A assinatura terá lugar às 11:00
(16:00 em Bissau), no Teatro Colombo em Bogotá, disseram as partes.
O novo acordo será submetido ao
parlamento para aprovação, estando o Governo colombiano e as FARC a ultimar
procedimentos tendo em vista esse fim, explica-se no comunicado.
O Presidente da Colômbia, Juan
Manuel Santos, afirmou a 12 de Novembro que o novo acordo de paz assinado no
sábado com as FARC “é de todos os colombianos”, incluindo dos opositores do
primeiro texto, rejeitado no referendo de 02 de Outubro.
“As suas iniciativas (dos
opositores) contribuíram para alcançar este novo acordo que agora é de todos”,
disse Santos num discurso horas depois da assinatura do novo acordo em Havana,
pelos negociadores do Governo e pelas FARC.
O governo colombiano e as FARC
assinaram a 26 de Setembro passado, em Cartagena das Índias, o acordo de paz
concluído em Agosto no final de cerca de quatro anos de negociações em Havana
para terminar o conflito armado e a guerrilha mais antiga no continente
americano.
No entanto, a maioria dos
colombianos recusou o acordo no referendo de 02 de Outubro, o que levou Juan
Manuel Santos a convocar os líderes dos movimentos opositores para conseguir um
consenso e resolver o processo de paz.
O novo documento foi assinado
pelos líderes das delegações de negociadores do governo colombiano, Humberto de
la Calle, e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), "Iván
Márquez" (como é conhecido Luciano Arango).
As duas delegações mantiveram
nove dias de intensas negociações em Havana - sede das negociações de paz
durante os últimos quatro anos - para alcançar um novo consenso para
"conseguir uma paz estável e duradoura".
O novo acordo "integra
mudanças, precisões e contribuições dos mais diversos sectores da sociedade,
revistos um a um", indica o comunicado.
O chefe de Estado disse que
recolheram as propostas dos ex-presidentes Álvaro Uribe (2002-2010) e Andrés
Pastrana (1998-2002), os dois principais opositores ao primeiro acordo de paz e
os quais citou em vários momentos do seu discurso.
O complexo conflito armado
colombiano implicou as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC),
formadas em 1964 na sequência de uma revolta camponesa, e outras guerrilhas de
extrema-esquerda, milícias paramilitares de extrema-direita, grupos com
ligações ao narcotráfico e as forças armadas.
A violência causou mais de 260
mil mortos, 45 mil desaparecidos e 6,9 milhões de deslocados.
ANG/Lusa
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