Seul e Tóquio qualificam novas
sanções de “advertência” a Pyongyang
Bissau, 12 Set 17 (ANG) - A Coreia do Sul e o Japão afirmaram hoje que
as novas sanções impostas a Pyongyang pela ONU representam uma advertência de
que o país arrisca a um isolamento total se prosseguir com os programas nuclear
e de mísseis.
Líder Norte Coreano |
“A última resolução do Conselho de Segurança das
Nações Unidas representa o compromisso renovado da comunidade internacional de
não tolerar o desenvolvimento nuclear e de mísseis da Coreia do Norte”,
assinalou o gabinete da presidência sul-coreana.
“Isto deixa clara a vontade da comunidade
internacional para elevar a pressão a um novo nível e levar a Coreia do Norte a
mudar as suas políticas”, afirmou, por seu lado, o primeiro-ministro japonês,
Shinzo Abe, também citado em comunicado.
O Conselho de Segurança da ONU aprovou na
segunda-feira, por unanimidade, um novo pacote de sanções destinado a isolar economicamente
a Coreia do Norte, que limita as importações de petróleo e derivados e proíbe
as exportações de têxteis, entre outras medidas.
Este novo conjunto de sanções – a oitava – envia
“uma séria advertência ao regime norte-coreano de que se prosseguir com as suas
incessantes provocações apenas conseguirá aprofundar o seu isolamento económico
e ficar sob maior pressão diplomática”, realçou Seul.
“Se a Coreia do Norte continuar por este caminho
ficará progressivamente mais isolada do resto do mundo e será incapaz de ter um
futuro próspero”, reiterou o chefe de Governo japonês.
As sanções impostas à Coreia do Norte são menos
drásticas do aquilo que pretendia Washington, que queria uma proibição total de
venda de crude, produtos petrolíferos refinados e gás à Coreia do Norte por
parte dos Estados-membros da ONU.
No entanto, Rússia e China, com direito de veto no
Conselho de Segurança, manifestaram a sua oposição a alguns dos pontos do
projecto de resolução inicial elaborado pelos
Estados Unidos, com o documento
final a resultar mais ‘suavizado’ após negociações.
As medidas agora tomadas, somadas às sanções
anteriores, que fixaram um embargo às exportações de carvão, ferro, peixe e
marisco, representam uma perda de 2.700 milhões de dólares (cerca de 2,26 mil milhões
de euros) para a Coreia do Norte, valor que corresponde a 90% das vendas ao
estrangeiro, segundo cálculos apresentados no ano passado pelos Estados Unidos.
As sanções impostas na segunda-feira estendem-se
ainda aos norte-coreanos empregados fora do país, aos quais não serão
concedidos vistos de trabalho, o que os impedirá de enviar remessas dos
rendimentos para o país de origem.
O Conselho de Segurança da ONU aprovou esta
resolução na sequência do sexto ensaio nuclear efectuado por Pyongyang em 03 de
Setembro. A Coreia do Norte afirma ter testado com sucesso uma bomba de
hidrogénio, conhecida como ‘bomba H’ miniaturizada, apta a ser colocada num
míssil balístico intercontinental (ICBM).
O ensaio com uma bomba de hidrogénio foi o mais
potente realizado pelo regime norte-coreano e suscitou a condenação da
comunidade internacional, aumentando a tensão na região.
Em Julho, a Coreia do Norte já tinha realizado dois
disparos de ICBM.
Estas actividades nucleares e balísticas violam as
resoluções das Nações Unidas que com sanções, cada vez mais severas, pretendem
forçar os dirigentes de Pyongyang a negociar os programas de armamento nuclear
e convencional, considerados uma ameaça para a estabilidade mundial.
ANG/Inforpress/Lusa
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