Papa promete “as medidas mais firmes” contra padres que abusaram de
menores
Bissau, 22 Set 17 (ANG) – O papa Francisco prometeu hoje
responder com “as medidas mais firmes possíveis” aos casos de padres que
violaram ou molestaram crianças e responsabilizar os superiores religiosos que
os encobriram.
Francisco, que se reuniu quinta-feira pela primeira
vez com a comissão sobre abusos sexuais, anunciou que, daqui para frente,
quando for provado que um religioso abusou de um menor, o acusado não poderá
apresentar nenhum recurso e nunca será agraciado.
O papa, que tinha um discurso escrito, acabou por
colocá-lo de lado para falar de algumas das preocupações que a questão suscita.
“A consciência da Igreja chegou um pouco tarde e
quando a consciência chega tarde, os meios para resolver o problema chegam
tarde”, disse Francisco.
“Talvez a velha prática de mudar as pessoas de um
lado para o outro em vez de confrontar o problema tenha mantido as consciências
adormecidas”, acrescentou.
O papa admitiu também que há atrasos na análise dos
processos, afirmando que eles devem ser avaliados pela Congregação para a
Doutrina da Fé, mas que é necessário contratar mais pessoas para “classificar
os processos”.
Francisco recusou por outro lado aceitar o
prolongamento injustificado dos processos, afirmando que “se há provas, ponto
final, [a sentença] é definitiva”.
Da mesma forma, defendeu, alguém condenado por
abuso sexual de menores “nunca” pode ser agraciado. Quem comete estes crimes,
“está doente”, e “dois anos passados pode voltar” a cometê-los.
Francisco reuniu-se hoje pela primeira vez com a
comissão sobre abusos sexuais, criada em 2014 para aconselhar a Igreja Católica
e o seu líder sobre as melhores práticas para afastar os pedófilos do
sacerdócio e proteger as crianças.
A comissão, oficialmente designada Pontifícia
Comissão para a Tutela de Menores, tem realizado sessões de trabalho em
dioceses de todo o mundo, mas encontrou tal resistência na administração do
Vaticano que o seu membro mais destacado, Marie Collins, vítima de abuso sexual
na infância, se demitiu em Março.
ANG/Inforpress/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário