Equipas de salvamento e
voluntários escavam escombros, pelo menos 248 mortos
Bissau, 20 Set 17
(ANG) – Equipas de salvamento e voluntários procuram sobreviventes nos
escombros dos edifícios de apartamentos e escolas que ruíram durante a noite,
no mais mortal sismo no México desde 1985 e que provocou pelo menos 248 mortos.
Adicionando um toque amargo e surreal, o terramoto
de magnitude 7,1 de terça-feira ocorreu no 32.º aniversário do sismo que matou
milhares de pessoas e chegou apenas duas horas depois dos simulacros de abalos
realizados em todo o México para assinalar a data.
Um dos esforços de resgate mais desesperados foi
numa escola primária e secundária no sul da Cidade do México, onde uma ala do
edifício de três andares colapsou. Os jornalistas ainda viram os socorristas
tirar alguns pequenos corpos dos escombros.
O Departamento de Educação federal revelou no final
da noite de terça-feira que 25 corpos foram retirados dos destroços da escola.
Não ficou claro se as mortes foram incluídas no
número total de 248 mortes relatadas pela agência federal de defesa civil.
Durante uma visita ao local no início da noite, o
presidente Enrique Peña Nieto disse que 22 corpos tinham sido retirados e as
autoridades falaram de 30 crianças e oito adultos desaparecidos.
Uma mistura de voluntários do bairro, policiais e
bombeiros usavam cachorros treinados e as mãos nuas para procurar nos escombros
da escola. Uma multidão de pais ansiosos aguardava fora dos portões e houve
relatos de que pelo menos duas famílias receberam mensagens de Whatsapp de
meninas presas no interior, mas tal não foi confirmado.
O esforço de resgate continuou durante a noite, com
o trabalho pontuado por gritos de “silêncio”, para que as equipas pudessem
escutar quaisquer pedidos de ajuda.
“Eles ouviram vozes ali”, disse Peña Nieto.
Os socorristas tiveram que reforçar as lajes de
cimento caídas com vigas de madeira para que não caíssem mais e acabassem com
os pequenos espaços de ar que restavam.
Numa uma mensagem de vídeo divulgada no final do
dia de terça-feira, Peña Nieto Pediu à população para permanecer calma,
acrescentando que as autoridades estavam a fazer tudo para fazer chegar ajuda a
todos, pois 40% da Cidade do México e 60% do estado próximo de Morelos estavam
sem energia.
Mas, disse, “a prioridade agora é continuar a
resgatar pessoas presas nos escombros e prestar ajuda médica aos feridos”.
As pessoas na zona central do México já se reuniram
para ajudar os vizinhos, pois dezenas de edifícios caíram e se transformaram em
montes de escombros.
O prefeito da Cidade do México, Miguel Angel
Mancera, disse que caíram edifícios em 44 locais na capital, enquanto outros
altos prédios da cidade balançavam, ao mesmo tempo que centenas de milhares de
pessoas em pânico saíram para as ruas, bloqueando o trânsito.
Coberto de poeira e exausto de cavar, Carlos
Mendoza, 30 anos, disse que, num período de três horas de buscas, duas pessoas
foram puxadas vivas das ruínas de um edifício de apartamentos em colapso no
bairro de Roma Sur.
A alguns prédios de distância, Alma Gonzalez estava
no seu apartamento do quarto andar quando o tremor de terra fez colapsar o piso
térreo do edifício, deixando-a sem saída. Alma descreveu depois os momentos
seguintes, em que vizinhos montaram uma escada no telhado e a ajudaram a
escorregar por uma janela lateral.
Ela disse que estava aterrorizada até que as
pessoas que moravam na casa vizinha montassem uma escada no telhado e a
ajudassem a escorregar uma janela lateral.
O prefeito da Cidade do México diz que 50 a 60
pessoas foram resgatadas vivas por cidadãos e por pessoal dos serviços de
emergência.
A agência nacional de defesa civil informou no
início do dia de hoje que o número de mortos confirmados havia subido para 248,
mais da metade na capital.
Na sua conta oficial do Twitter, o chefe da
agência, Luis Felipe Puente, informou que 117 mortos foram confirmados na
Cidade do México e 72 no estado de Morelos, que fica a sul da capital.
Acrescentou que 43 mortos foram registados no
estado de Puebla. Doze outras vítimas mortais foram registadas no estado do
México, que rodeia a Cidade do México e três no estado de Guerrero.
O epicentro do sismo, que ocorreu na terça-feira às
13:14 (16:14 de Bissau), foi registado na fronteira do estado de Puebla e
Morelos (centro), a 51 quilómetros de profundidade, segundo o centro geológico
norte-americano USGS.
O terramoto ocorreu depois de na semana passada (07
de setembro) um sismo de magnitude 8,2 – o mais forte desde 1932 –, ter causado
98 mortos no sul do país: 78 em Oaxaca, 16 em Chiapas e quatro em Tabasco.
O abalo de terça-feira, que causou o pânico na
população, coincidiu com o 32.º aniversário do forte sismo que provocou
milhares de mortos em 1985 e foi registado apenas duas horas depois de um
simulacro de terramoto em todo o país.
ANG/Inforpress/Lusa
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