Bissau,01
mar 19(ANG) - O coordenador do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15),
Braima Camará, acusou quinta-feira a Comissão Nacional de Eleições (CNE) de
estar a preparar "uma fraude gigantesca" para a votação para as
legislativas de 10 de Março.
Braima
Camará reagia perante a decisão da CNE de autorizar a criação de uma lista
suplementar de votação para as pessoas que se recensearam, cujos nomes não constam no caderno eleitoral
informatizado.
A CNE "quer forjar mais um caderno eleitoral que não foi apurado pelo
GTAPE. Para nós, isso representa mais um pronúncio de fraude gigantesca, mas
estamos atentos”, observou Camará, em declarações aos jornalistas, na
sede nacional do Madem, em Bissau.
O
dirigente falou aos jornalistas depois de receber, em audiência, o embaixador
dos Estados Unidos na Guiné-Bissau, mas residente em Dacar, no Senegal,
Tulinanbo Musingi.
O
diplomata norte-americano iniciou, na sede do Madem, contactos com os partidos
concorrentes às eleições legislativas de 10 de março, para lhes pedir o
respeito pelo jogo democrático, nomeadamente os resultados que vão sair da
votação.
Num
comunicado enviado à imprensa, depois de uma reunião da sessão plenária, a CNE
explica que as comissões regionais de eleições estão autorizadas a criar uma
lista suplementar, com base no boletim de inscrição de recenseamento.
O líder
do Madem, formação política criada em 2018, por dissidentes do Partido Africano
da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), considera a deliberação da CNE
de ilegal e disse que o embaixador norte-americano também concordou com a
posição que defende.
Braima
Camará afirmou que o Madem está a analisar a situação e que ainda hoje irá
pronunciar-se com mais detalhes sobre o que considera de "tentativa
vergonhosa de violar as leis e complicar o processo" eleitoral, o que,
disse, não é o desejo do seu partido, que quer um escrutínio limpo e
transparente.
"Ganhe quem
ganhar, mas estamos confiantes de que vamos ser nós a ganhar", frisou Camará. ANG/LUSA
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