Politica/2ª Vice-Presidente do PAIGC diz que o
pais vive momentos de “terrorismo de Estado”
Bissau, 24 Jun 20 (ANG) – A Segunda
Odete Costa Semedo reagia
numa conferência de imprensa sobre a detenção de Armando Correia Dias (Ndinho),
membro do Comité Central do partido, ocorrida entre sábado e terça-feira, na
segunda esquadra, em Bissau.
“Como se explica num Estado organizado com seus órgãos de soberania, que impera sobre todos nós e quando cada um de nós é detido, na via pública, quando alguém saí e não sabe se volta para casa e quando não tem segurança da sua pessoa e nem dos seus bens. Isso significa que estamos perante um caos, ou perante terrorismo de Estado “,disse a dirigente dos libertadores.
Semedo apelou aos militantes do PAIGC a se cuidarem, frisando que quando se está num lugar onde quem os devia proteger está a persegui-los, a lhes molestar, significa que não há à quem pedir amparo.
Afirmou que é por isso que
estão a questionar do paradeiro da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
(CEDEAO), uma vez que as Nações Unidas mandatou a União Africana para mediar o
caso da Guiné-Bissau e este por sua vez fez o mesmo com a CEDEAO por ser a
maior organização sub-regional .
Odete Semedo disse que esta
organização sub-regional tinha o dever de dar seguimento ao cumprimento dos
pontos constantes no comunicado que reconheceu o Sissoco Embalo como Presidente
da República, o que não aconteceu ou seja não houve nenhuma missão de
seguimento e avaliação da situação do país .
“Uma vez que o prazo para
formar um novo Governo de acordo com os resultados eleitorais como manda o
comunicado da CEDEAO já passou há meses e estamos a assistir o rapto e espancamento
de deputados e de outras pessoas em suas casas, sem qualquer mandato policial
ou judicial e essas acções vão ao encontro do nosso conceito de “terrorismo de
Estado”, explicou.
Odete Semedo considerou a
actual situação do país como sendo uma colonização dos pretos, salientando que
a arma do seu partido é a caneta e o computador, acrescentando que não temem a
fuga dos seus deputados.
“O partido não habitua a
andar atrás dos seus deputados porque
conta com a fidelidade dos mesmos ao PAIGC, uma vez que esta organização
acredita nos seus membros até prova
contrária, uma vez que cada deputado é uma cabeça e cada cabeça a sua
sentença”, disse.
Por seu turno, em nome do colectivo
dos advogados do PAIGC, Suleimane Cassamá disse que os seus direitos como
advogados foram violados ao impedirem-lhe de ver e falar com o seu cliente como
manda a lei,acusando as forças da ordem de “sequestrarem” Armando Correia Dias.
“Digo isso porque há requisitos
que devem ser observados numa detenção. Não se apanham pessoas na via pública, retirando-as
à força da viatura, colocando algemas e o pior de tudo difundir a sua imagem
nas redes sociais o que demonstra a má fé dos executores desse macabro plano”, referiu.
O advogado questiona ainda
do motivo de não detenção do dono da viatura onde seguia Armando Dias e nem do
deputado que estava igualmente na viatura uma vez que se alega que a arma foi
encontrada ali.
Cassamá disse que o seu
constituinte não foi intimado, e que até hoje
não existe um documento que mostra que houve uma ordem de alguém para
prender o Ndinho, como também é conhecido, acrescentando que só com os esforços das Nações Unidas e
algumas organizações conseguiram ver o seu constituinte, que é diabético, referindo
que não foi respeitado o seu estado de saúde .
Para o advogado, os passos
dados nesse diferendo não permitem acreditar que as armas eram na verdade do
Armando Correia Dias .
“Mesmo se fosse verdade, o
procedimento devia ser outro, uma vez que o meu constituinte não está em risco de fuga do país”, disse.
Armando Correia Dias, preso no sábado foi posto em liberdade terça-feira a tarde, após cinco horas de audição tendo sido lhe aplicado medidas de coação que se traduzirá na apresentação periódica no Ministério Público.ANG/MSC/ÂC//SG
Sem comentários:
Enviar um comentário