Onu/Guterres pede investigação imediata a assassinato de embaixador italiano
Bissau, 23 Fev 21 (ANG) - O secretário-geral das Nações Unidas, António
Guterres, condenou segunda-feira o ataque a uma missão do Programa Alimentar
Mundial na República Democrática do Congo (RDC), que resultou na morte do
embaixador italiano no país, pedindo uma investigação imediata.
Através do seu porta-voz, Stéphane Dujarric, Guterres expressou as suas condolências às famílias dos mortos e aos seus países, assim como ao Programa Alimentar Mundial (PAM) e à equipa da Organização das Nações Unidas (ONU) na RDC.
"O secretário-geral apela ao Governo da República Democrática do Congo para investigar rapidamente este hediondo ataque" e "levar os responsáveis à justiça", assinalou o porta-voz, citado pela agência noticiosa Efe, durante a sua conferência de imprensa diária.
Na segunda-feira, o
executivo da RDC tinha já prometido fazer "todo o possível para descobrir
quem está por detrás" do "vil assassínio" do embaixador Luca
Attanasio.
O embaixador
italiano em Kinshasa, Luca Attanasio, foi morto a tiro num ataque armado a um
comboio do PAM, durante uma visita perto de Goma, no leste da RDC, segundo
fontes diplomáticas.
Luca Attanasio, que
desempenhava as funções de embaixador na República Democrática do Congo desde
início de 2018, foi "alvejado no abdómen" e "resgatado pelos
guardas do Instituto Congolês para a Conservação da Natureza (ICCN)" no
Virunga Park, segundo as autoridades congolesas.
O ataque resultou
também na morte de outras duas pessoas, incluindo do condutor do veículo em que
viajavam.
O Ministério do
Interior da RDC acusou os rebeldes hutus ruandeses de estarem por detrás do
ataque que matou o embaixador.
O ministro dos
Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, condenou veementemente o
ataque, que qualificou como "cobarde".
O ataque ao comboio
do PAM teve lugar a norte de Goma, a capital da província do Kivu Norte, que
tem sido flagelada pela violência de grupos armados há mais de 25 anos.
Esta região, que
acolhe o Parque Nacional da Virunga, uma joia natural, turística e em perigo de
extinção, é também o cenário de conflito no Kivu Norte, onde dezenas de grupos
armados lutam pelo controlo da riqueza do solo e subsolo.
Criado em 1925, o
Parque Nacional de Virunga é Património Mundial da UNESCO. Estende-se por 7.769
km2, desde Goma até ao território de Beni, entre montanhas e florestas.
O nordeste da RDC está há anos mergulhado num conflito alimentado por dezenas de grupos rebeldes armados, nacionais e estrangeiros, apesar da presença do Exército congolês e das forças da missão da ONU no país, que conta com mais de 15.000 operacionais.ANG/Angop
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