União Africana/Senegal vai assumir presidência rotativa em 2022-2023
Bissau, 08 Fev 21(ANG) –
O Senegal vai assumir a presidência rotativa da União Africana (UA) para o período
2022-2023, após uma escolha unânime dos 55 estados-membros da organização
reunidos em cimeira sábado e domingo, segundo fonte oficial.
“Gostaria de agradecer aos meus colegas da União Africana pela escolha unânime do Senegal para exercer a presidência da União para o período 2022 – 2023”, anunciou o chefe de Estado senegalês, Macky Sall, na sua conta na rede social Twitter.
A candidatura do Senegal
foi apresentada em bloco pelos países da Comunidade Económica dos Estados da
África Ocidental (CEDEAO), de que fazem parte os lusófonos Cabo Verde e
Guiné-Bissau, após as desistências das candidaturas do Gana e do Togo.
A escolha para a
presidência rotativa da União Africana é feita com um ano de antecedência, os
países devem manifestar a sua vontade de assumir o cargo e a escolha, em regra,
respeita critérios de representação geográfica.
O Senegal irá suceder na
presidência à República Democrática do Congo (RDCongo), cujo Presidente Félix
Tshisekedi assumiu sábado oficialmente a liderança da organização.
Félix Tshisekedi recebeu
a passagem de testemunho do chefe de Estado da África do Sul, Cyril Ramaphosa,
numa cerimónia que decorreu num formato misto presencial e virtual.
A diplomacia
cabo-verdiana foi uma das principais entusiastas da candidatura do Senegal à
presidência da União Africana, com o ministro dos Negócios Estrangeiros
cabo-verdiano, Rui Figueiredo Soares, a manifestar a expectativa de que a
escolha do Senegal possa beneficiar a integração regional do arquipélago.
“O Senegal é um parceiro
próximo de Cabo Verde, com quem temos relações excelentes, o Presidente Macky
Sall tem dado muito apoio à política de integração de Cabo Verde e será uma boa
experiência e uma boa notícia para Cabo Verde”, disse Figueiredo Soares, antes
de conhecida a escolha.
A União Africana foi
criada a 11 de Julho de 2000 para substituir a Organização da Unidade Africana
(OUA), fundada a 25 de Maio de 1963, e reúne actualmente 55 estados-membros,
incluindo os lusófonos Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial,
Moçambique e São Tomé e Príncipe.
A presidência da
organização é rotativa entre países pelo período de um ano e a gestão executiva
é assegurada por uma comissão constituída por um presidente, um vice-presidente
e seis comissários, eleita para mandatos de quatro anos.
Os chefes de Estado e de
Governo dos 55 Estados-membros reúne-se anualmente em assembleia na sede da
organização, em Adis Abeba, na Etiópia, mas este ano, devido à pandemia de
covid-19, a cimeira decorre em formato virtual.
Moçambique foi o único
país de língua portuguesa a assumir a presidência rotativa da organização em
2003-2004, quando o chefe de Estado era Joaquim Chissano.
Teodoro Obiang, da Guiné
Equatorial, liderou a União Africana em 2011-2012, antes da adesão do país à
Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), em 2014. ANG/Inforpress/Lusa
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