Guiné Equatorial/Malabo espera que CPLP faça “um pouco mais” na resposta às explosões
Bissau, 15 Mar 21 (ANG)– As autoridades daGuiné-Equatorial esperam que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) faça “um pouco mais” e tenha uma “presença activa” perante a catástrofe causada pelas explosões, no domingo, em Bata, disse o embaixador em Lisboa.
“A Guiné Equatorial
espera uma presença activa da CPLP”, afirmou à Lusa o embaixador
equato-guineense em Lisboa e junto da comunidade lusófona, Tito Mba Ada.
Todos os Estados-membros
da CPLP enviaram “mensagens de condolências” – o que as autoridades de Malabo
agradecem, sublinhou –, mas “este é o momento de fazer um pouco mais”, referiu
o diplomata, questionado pela Lusa sobre a resposta do bloco lusófono ao pedido
de ajuda lançado no domingo pelo Presidente equato-guineense, Teodoro Obiang, e
formalizado no início da semana pelo embaixador junto da organização.
Tito Mba Ada sustentou
que este é “o momento de defender os direitos humanos”, como o direito à vida,
à saúde, à alimentação.
“A nossa relação com a
CPLP tem de sair do escritório e ir para o terreno, onde está a acção”,
considerou, sublinhando que a organização lusófona tem “estruturas e mecanismos
de intervenção” em situações de emergência.
O embaixador
equato-guineense referiu que “qualquer ajuda é importante”.
Questionado sobre se
recebeu alguma indicação sobre um eventual apoio de Lisboa, que também pediu
formalmente em nota verbal enviada ao Governo português, Tito Mba Ada disse
acreditar que as autoridades portuguesas vão dar “uma resposta, na medida do
possível”.
“Portugal está a
coordenar no âmbito do mecanismo europeu”, afirmou o embaixador, comentando que
“é uma sorte que Portugal esteja a presidir actualmente à União Europeia”.
O embaixador
exemplificou que, dada a sua experiência “na gestão de crises”, as autoridades
portuguesas poderiam colaborar com “assessoria, recursos humanos e a nível
logístico”.
“Há países vizinhos,
como Espanha e França, que já estão in loco, e esperamos que Portugal, um país
amigo e estratégico, esteja também a acompanhar a Guiné Equatorial”, comentou.
Fonte do Ministério dos
Negócios Estrangeiros disse à Lusa, no início da semana, que “o apoio à Guiné
Equatorial será equacionado em coordenação com a comunidade internacional,
nomeadamente no quadro das Nações Unidas e da União Europeia”.
A UE declarou que está
pronta para enviar mais ajuda de emergência à Guiné Equatorial, afirmou esta
quinta-feira o porta-voz para a Ajuda Humanitária, Balaz Ujvari.
A cidade portuária de Bata, a mais populosa da Guiné Equatorial, foi abalada em 07 de Março por uma série de explosões num quartel militar, que provocaram a morte a mais de uma centena de pessoas e ferimentos em mais de 600, além de um número indeterminado de desalojados e avultados danos materiais. ANG/Inforpress/Lusa
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