Guiné-Conacri/Junta diz ter mandado ex-presidente
Conde para casa
Bissau, 01 Dez 21 (ANG) - A junta militar que governa a Guiné anunciou segunda-feira (29) que o presidente deposto, Alpha Conde, foi mandado para a casa onde se encontra com a esposa, após tê-lo mantido incomunicável durante meses.
Conde, de 83 anos, governou este país africano por quase 11 anos antes de ser deposto em 05 de Setembro por um golpe militar.
Num
comunicado transmitido pela televisão estatal, a junta informou que Conde
estava em casa com a sua esposa, Hadja Djene Kaba Conde, nos arredores da
capital. Não se esclareceu se o antigo estadista está em prisão domiciliar ou
se tinha outras restrições.
A
junta "continuará a dar ao ex-chefe de Estado um tratamento de acordo com
a sua posição e o faz sem nenhuma pressão nacional ou internacional",
acrescentou a declaração.
A
Comunidade Económica de Desenvolvimento dos Estados da África Ocidental
(CEDEAO) impôs sanções a vários dirigentes golpistas e exigiu "a
libertação incondicional" de Conde.
A
CEDEAO também suspendeu a Guiné do bloco e pediu a realização de eleições em
seis meses.
O
novo homem forte do país, o coronel Mamady Doumbouya, foi empossado em Outubro
como presidente interino.
Embora
tenha se comprometido a realizar as eleições e restaurar o comando civil,
Doumbouya não fixou um prazo para a transição.
O
militar, ex-integrante da legião francesa, justificou o golpe ao acusar Conde
de corrupção e autoritarismo.
A
junta dissolveu o Governo e substituiu ministros, governadores e prefeitos por
soldados e administradores escolhidos a dedo.
Em
2010, Conde tornou-se o primeiro governante eleito democraticamente da Guiné,
mas provocou grandes protestos quando reformou a Constituição para permitir a
reeleição a um terceiro mandato.
Embora tenha sido reeleito, os seus críticos denunciaram aquela eleição como uma farsa.ANG/Angop
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