Caju/Presidente da Associação dos
Agricultores lamenta incumprimento do
preço de referência determinado pelo Governo
Bissau, 07 Jun 22 (ANG) – O
Presidente da Associação Nacional dos Agricultores da Guiné-Bissau (ANAG), lamentou
hoje o não cumprimento do preço de 375
francos Cfa por cada quilograma de caju, dado pelo Governo como preço de
referência.
Jaime Boles Gomes, em
entrevista a Agência de Notícias da Guiné(ANG), diz que este incumprimento
penaliza os agricultores, donos dos pomares de caju.
Boles Gomes fazia à ANG o ponto de situação da presente campanha de
comercialização da castanha de caju.
Para o presidente da ANAG,
seria melhor que o Governo não estipulasse o preço mínimo de compra da castanha
junto ao produtor, porque,segundo as suas palavras, “há anos que não é respitado.
“O Estado decreta uma lei e
esta é simplesmente ignorada a olho de
todos, isso é exploração ao pobre
produtor”, disse Jorge Boles.
Boles responsabiliza o Governo, através do Ministério do Comércio e
Indústria, por esse incumprimento do preço indicado, e alega que o executivo
tem o poder de sancionar os infactores.
“Se forem deixados a sua sorte, o mais forte
vai esmagar o mais fraco. Por isso é que
o Governo, como árbitro, deve fazer o seu papel assumindo as suas
responsabilidades”, sublinhou.
Jaime Boles sustenta que, quando tudo funciona de cabeça para
baixo, o pobre ficará cada vez mais pobre, apesar de ser o dono do produto.
“Já choramos até dimais, mas
os governantes não estão a assumir as suas responsabilidades. É isso que
estamos a apelar, que haja o envolvimento ao mais alto nível, para sanear o
problema de caju”,disse.
O líder dos agricultores
falou da falta de um Banco de Investimento Agricola, num país onde a
diversificação da cultura é uma miragem, frisando que o governo deve apostar em
projectos de desenvolvimento com iniciativas para a mecanização da agricultura,
criando fontes de rendimento ao agricultor e a sua família, abastecendo o
mercado interno com produtos diversos cultivados no país e contribuindo assim
para o avanço da economia nacional.
Falando da quantidade da
castanha de caju exportada, caso do ano passado em que o país exportou mais de 200 mil toneladas, Boles
disse que apesar de tudo, o rendimento económico dos donos das hortas acabam
sendo quase o mesmo.
“Ou seja, apesar desta
quantidade exportada, na prática, não
melhorou grande coisa no rendimento dos
agricultores, uma vez que, cada ano, o número de pomares aumenta fazendo aumentar
a produção ao nivel nacional”, disse.
O Presidente da ANAG referiu
que, este ano, há zonas em que não houve
muita castanha, por culpa da natureza, situação que deverá contribuir para a
fraca produção. “Mas, a zona Sul foi uma
excepção, uma vez que os cajueiros tiveram uma boa produção”, acrescentou.
Jaime Boles Gomes apela a conjunção
de esforços para a diversificação da agricultura no país, pede apoios de parceiros através de créditos aos
agricultores, o que segundo ele, irá permitir “acabar com a depêndencia do
Senegal, onde até tomate, repolho e outros produtos agricolas saiem para Bissau”,
o que diz ser “uma vergonha”..ANG/MSC/ÂC//SG
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