RDCongo/General proclama que se o Ruanda "quer guerra, terá guerra"
Bissau, 16 jun 22 (ANG) - O porta-voz do governador militar da província do Kivu do Norte, general Sylvain Ekenge, proclamou quarta-feira perante milhares de manifestantes em Goma, capital regional da República Democrática do Congo (RDCongo), que se o Ruanda "quer guerra, terá guerra".
"Ruanda não gosta de nós. não temos medo dele e vamos combatê-lo Nós", o general, citado pela agência Associated Press, acrescentando que ninguém "irá ocupar um centímetro do nosso território".
Após estes comentários inflamados, Ekenge pediu à multidão, mas muitos forçaram a passagem nos postos de fronteira que separam Goma, no leste da RDCongo, e Giseny, cidade ruandesa adjacente.
A polícia anti-motim acabou por disparar gás lacrimogéneo contra estes manifestantes, registrando-se pelo menos um ferido.
Segundo a agência a France-Presse, a multidão do sexo masculino era majoritariamente composta por jovens masculinos que entoavam cânticos hostis ao Ruanda e ao seu Presidente, Paul Kagame.
Entre rua manifestante, os aplausos, um manifestante, Eric, pediu ao Governo "uniforme" e armas para lutar" contra os "em 23 de março".
Desde
Novembro de 2021, o grupo rebelde M23 é acusado de realizar ataques contra
posições do Exército congolês no Kivu do Norte, apesar do acordo de paz
assinado com as autoridades de Kinshasa em Dezembro de 2013.
Esta
trégua pôs fim aos combates registados desde 2012, nos quais o Exército da
RDCongo recebeu o apoio de tropas da Organização das Nações Unidas (ONU).
Embora
ambos o neguem, a ONU acusa o Uganda e o Ruanda de apoiarem os
rebeldes, na sua maioria congoleses da etnia tutsi, a que também
pertence o Presidente ruandês.
Na
segunda-feira, os rebeldes tomaram a cidade de Bunagana, importante
centro de trocas comerciais situado junto à fronteira com o Uganda.
Face
a esta nova ofensiva, o Governo da RDCongo acusou o Ruanda de invadir o seu
território.
Em
resposta, o executivo ruandês culpou o Exército congolês de
ferir vários civis em bombardeamentos transfronteiriços,
transmitindo por comunicado que as suas forças
armadas "continuarão a buscar garantias de que os ataques
transfronteiriços ao território do Ruanda serão interrompidos".
Na
noite de terça-feira, algumas centenas de pessoas manifestaram-se em Kinshasa,
capital da RDCongo, para exigir o rompimento das relações diplomáticas com
o Ruanda e pedir ao Presidente, Félix Tshisekedi, que quebrasse o silêncio.
Poucas
horas mais tarde, o Governo congolês emitiu um comunicado
condenando "a participação das autoridades ruandesas no apoio,
financiamento e armamento desta rebelião" e prometendo defender "cada
centímetro" do seu território.
As
relações entre Kinshasa e Kigali são tensas há décadas, com ambos os
países a acusarem-se de apoiar vários grupos armados rivais.
Além
disso, o Ruanda alega que a RDCongo deu refúgio aos hutus que
realizaram o genocídio de 1994 no Ruanda, onde morreram pelo menos 800.000
tutsis e hutus moderados. ANG/Angop
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