Mali/Junta militar reduz transição
para dois ano
Bissau, 07 Jun
22 (ANG) - AJunta Militar no poder no
Mali anunciou, segunda-feira, a passagem
de poder aos civis, até Março de 2024, fixando, assim, por decreto a transição
a dois anos.
O chefe da Junta, o coronel Assimi Goïta,
assinou o decreto, que acabou por ser lido segunda-feira na televisão do Estado,
anunciando que “a duração da transição é agora fixada a 24 meses, a contar de
26 de Março de 2022”.
O anúncio acontece depois de uma cimeira
da Comunidade Económica dos Estados de África Ocidental (CEDEAO) que manteve as
duras sanções comerciais e financeiras fixadas em Janeiro a Bamaco, para forçar
a Junta a apresentar um calendário “aceitável” para a transição de poder.
Os militares que assumiram à força, em
Agosto de 2020, a liderança deste país mergulhado, desde 2012, numa profunda
crise de segurança, política e humanitária tinham retirado do seu compromisso
inicial a cedência do poder aos civis, após as eleições marcadas para Fevereiro
passado, que acabaram por não se realizar.
No início do ano, os militares chegaram
mesmo a equacionar governar o país ao longo de mais cinco anos.
Os chefes de Estado e de governo da CEDEAO estiveram reunidos no
sábado passado em Acra, Gana, para discutir a situação política do Burkina
Faso, Guiné-Conacri e Mali, governados no último ano e meio por juntas
militares que realizaram golpes de Estado.
Bamaco esperava que da cimeira resultasse o levantamento de
algumas das duras sanções impostas ao país, mas os líderes dos 15 países
membros da CEDEAO, entre os quais se contam a Guiné-Bissau e Cabo Verde,
remeteram novas decisões para nova cimeira, agendada para o início do próximo
mês.
A CEDEAO “decidiu manter as sanções impostas” ao Mali (que passam
pelo bloqueio de contas dos membros da junta militar em bancos regionais, a
retirada de embaixadores de Bamako e a suspensão da maioria das transações
comerciais com o país) e “continuar o diálogo para chegar a um acordo que
permita o seu levantamento gradual, à medida que as etapas da transição forem
concluídas”. ANG/RFI
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