Tribunal Europeu/Rússia vai deixar de aplicar decisões desta instância judicial dos Direitos do Homem
Bissau, 08 Jun 22 (ANG) – O parlamento russo aprovou, terça-feira,
um conjunto de leis que permitem à Rússia deixar de cumprir as decisões do
Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
"O Tribunal Europeu
dos Direitos Humanos tornou-se um instrumento de luta política contra o nosso
país nas mãos dos políticos ocidentais", disse Vyacheslav Volodin,
presidente da Duma, a câmara baixa do parlamento russo, num comunicado após a
votação.
"Algumas das suas
decisões estavam em contradição directa com a Constituição russa, os nossos
valores e tradições", justificou ainda.
Como resultado das
referidas leis, a Rússia deixará de aplicar as decisões daquele Tribunal
tomadas após 15 de Março, quando Moscovo anunciou a sua decisão de abandonar o
Conselho da Europa, do qual era membro desde 1996.
No dia seguinte, a
Rússia foi oficialmente excluída do conselho devido à sua intervenção militar
na Ucrânia, iniciada em 24 de Fevereiro.
Ao deixar o Conselho, a
Rússia também abandonou a Convenção Europeia dos Direitos do Homem, mas
oficialmente está obrigada a cumprir as suas normas até 16 de Setembro, altura
em que deixará de ser parte contratante.
Volodin anunciou ainda
que os danos pelos quais a Rússia foi condenada pelo Tribunal Europeu dos
Direitos Humanos antes de 15 de Março serão pagos "em rublos e apenas em
contas dos bancos estatais russos".
Milhares de russos
recorreram nos últimos anos aquele tribunal como último recurso, após perderem
em tribunais russos processos sobre direitos humanos, desde perseguição
política a violência doméstica.
Até agora, a Rússia era
o país mais visado em processos naquele tribunal europeu: dos 70 mil processos
pendentes, quase um quarto (24,2%) diz respeito a russos. ANG/Angop
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