Portugal/UCCLA quer homenagear Amílcar Cabral no ano do cinquentenário do seu assassinato e do centenário do nascimento
Bissau, 23 Jan 23(ANG) – A União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) está a preparar um programa de homenagem a Amílcar Cabral neste ano do cinquentenário do seu assassinato e em 2024, ano do centenário do seu nascimento.
O anúncio é feito pelo secretário-geral da UCCLA, Vitor Ramalho,
através de uma nota informativa enviada à Inforpress, que lembrou que na
altura, Amílcar Cabral, líder do Partido Africano para a Independência da Guiné
e Cabo Verde (PAIGC), foi assassinado em Conacri a 20 de Janeiro de 1973, e que
nasceu a 12 de Setembro de 1924, em Bafatá, Guiné-Bissau.
“Dado o facto de no ano em curso, 2023, ocorrer o cinquentenário
do assassinato e para o ano o centenário do nascimento, a UCCLA tem em
preparação um vasto programa de homenagem a Amílcar Cabral que assinalará a sua
multifacetada personalidade, nos domínios profissional, cultural e político, a
partir do segundo semestre do ano em curso”, frisou.
O secretário-geral da UCCLA considera que Amílcar Cabral é uma
“personalidade de referência transversal a todos os momentos de libertação das
ex-colónias portuguesas e com prestígio mundial”.
De acordo com Vitor Ramalho, a homenagem, de que oportunamente
se será divulgado o programa, irá envolver “o contributo de cidades associadas
da UCCLA, a participação de personalidades e instituições de reconhecido mérito
dos países de língua oficial portuguesa, com a dignidade com que se levou a
efeito a homenagem aos associados da Casa dos Estudantes do Império”.
Isso porque, conforme a mesma fonte, em Lisboa, Amílcar Cabral
foi associado e activista da Casa dos Estudantes do Império (CEI), com “papel
de relevo nela”, sendo que a UCCLA, na homenagem que levou a efeito a esta
associação, criada em 1943 e extinta em 1965 pelo regime anterior, em resultado
da actividade anti-colonial desenvolvida.
Amílcar Cabral passou a residir a partir dos 8 anos de idade em
Cabo Verde e, mais tarde, com uma bolsa de estudo veio para Lisboa, onde se
licenciou no Instituto Superior de Agronomia, tendo exercido a actividade
profissional em Santarém e posteriormente em Cabo Verde.
No arquipélago, “se evidenciou” na militância anti-colonial,
tendo sido transferido para Angola, onde assinou o “Manifesto de 1956”, um dos
documentos que iriam conduzir à criação, mais tarde, do Movimento Popular de
Libertação de Angola (MPLA), e em 1969 fundou o PAIGC.
No dia 20 de Janeiro, em Cabo Verde, assinalou-se o Dia dos
Heróis Nacionais, data que também marca o assassinato de Amílcar Cabral, em
1973, depois de uma luta armada iniciada em 1962 contra o colonialismo português,
e várias actividades foram promovidas por diferentes organizações.
ANG/Inforpress
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