Vaticano/"Papa Francisco leva
mensagem de paz e reconciliação à RDC"
Bissau, 31 Jan 23 (ANG) - O Papa Francisco inicia esta
terça-feira, 31 de Janeiro, uma visita de três dias à República Democrática do
Congo, e em Kinshasa, encontra-se com o
Presidente Félix Tshisekedi e vai falar para os mais de 50 milhões de católicos
do país.
O administrador principal da Província dos
Missionários Combonianos, Marcelo de Oliveira, acredita que o Papa leva uma
mensagem de paz, não esquecendo “as palavras duras” para condenar a violência
que continua a reinar no Leste do país.
O Papa Francisco chega esta tarde a
Kinshasa, trinta e sete anos depois da última deslocação de um Sumo Pontífice
ao país. O administrador principal da Província dos Missionários Combonianos,
em Kinshasa, Marcelo de Oliveira, fala das expectativas desta visita que terá
como tema “Todos Reconciliados com Jesus Cristo”.
“O tema da visita é Todos Reconciliados com Jesus Cristo, de modo que,
será esta a sua principal mensagem. Depois, o Papa Francisco surpreende-nos
sempre, nas suas intervenções, com as suas palavras, com algo de formidável
pelo seu modo de conduzir a igreja. O Papa é um pastor. Um pastor que ama as
suas ovelhas e por isso as vem ver. Esta visita será para tocar com as suas
próprias mãos esta realidade”, explicou.
À chegada capital, o Sumo Pontífice
encontra-se com o Presidente Félix Tshisekedi, no Palácio da Nação.
“Ele chega ao aeroporto
internacional de Kinshasa, às três da tarde, vai percorrer cerca de 30km até
chegar ao Palácio da Nação, onde se encontrará com o Presidente”, acrescenta o Padre Marcelo de Oliveira.
No dia seguinte, haverá a realização da
grande eucaristia no aeroporto internacional de Kinshasa, onde o líder da
igreja católica se vai dirigir à população.
O administrador principal da Província dos
Missionários Combonianos acredita que a mensagem do Papa Francisco será de paz
e reconciliação, não esquecendo “as palavras duras” para condenar a violência
que continua a reinar no leste do país.
“Falam em mais de cem mil pessoas. Veremos o que ele nos vai dizer.
Levará uma mensagem de paz, esperança e reconciliação. Creio que serão [também]
palavras duras em relação à violência que continua a reinar, sobretudo numa
parte leste do país”, sublinha.
Na quinta-feira, o Papa Francisco recebe
os catequistas e os jovens e durante a tarde reúne-se com todos os religiosos
da RDC.
Inicialmente, estava prevista uma
deslocação do Papa Francisco a Goma, no leste do país. No entanto, as recentes
tensões, com as ofensivas do grupo armado M23, levaram ao cancelamento da
visita. Todavia, o Padre Marcelo de Oliveira avança que o Papa vai receber
algumas famílias vítimas dos ataques.
“Por questões de segurança será impossível que o Papa chegue a esta
zona. No entanto, há um momento reservado para que o Papa se encontre com
algumas das famílias tocadas pelos ataques e algumas pessoas que foram vítimas
do vulcão, que entrou em erupção na zona de Goma. Estamos a falar de um país
imenso e que é, sobretudo, fustigado junto às fronteiras com o Uganda e o
Ruanda. É aí que, diariamente, pessoas morrem. Pessoas que são sacrificadas,
martirizadas, perseguidas, tendo que deixar as suas terras. Há cadáveres por
todo o lado. É uma situação extremamente difícil”, denuncia.
Na capital, o dispositivo foi reforçado,
com várias zonas da cidade a serem fechadas à população.
“Ontem, às 23 horas, a parte onde o Papa Francisco vai estar alojado,
toda a zona onde vai circular para todos os encontros, ficou fechada”,avançou à RFI, o Padre Marcelo de Oliveira.
O Sumo Pontífice fica República
Democrática do Congo até sexta-feira de manhã, seguindo depois para Juba, no
Sudão do Sul. ANG/RFI
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