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    Cooperação/Angola e Rússia estreitam relações, apesar da guerra na Ucrânia

Bissau, 25 jan 23 (ANG) - O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, começou hoje a sua visita oficial a Angola com uma audiência com o seu homólogo, Tete António.

Angola insiste num cessar-fogo na Ucrânia, mas o chefe da diplomacia de M
oscovo culpa Kiev pelo conflito.

Ainda antes do arranque da visita, o embaixador russo Vladimir Trararov, em declarações à agência Lusa, alega que a Ucrânia neste momento não está interessada em negociar com a Rússia, e acredita no reforço das relações com Luanda.

"Zelenski declarou que não há nenhuma chance de falar com a Rússia, de negociar com a Rússia, somente, depois de ter vencido" [o conflito na sequência da invasão russa da Ucrânia a 24 de Fevereiro de 2022].

Nélson Domingos, investigador ligado à Associação de Ciência Política de Angola, em declarações a Neidy Ribeiro, considera que o responsável pela diplomacia russa vai tentar convencer Luanda a repensar a decisão de comprar armamento aos Estados Unidos e a postura do país no conflito ucraniano.

“Que Angola reconsidere o seu posicionamento em relação à intervenção da Rússia na Ucrânia e que reconsidere a questão da aquisição de armamento norte-americano, em detrimento de armamentos russos. [A Rússia] quer ainda manter as outras parcerias na área dos diamantes, área das tecnologias, como é caso da construção de satélites, como as parcerias de bolsas de estudo e outras parcerias que existem entre os dois países”.

O chefe da dipomacia russa visitou anteriormente a África do Sul, a primeira potência económica africana, regressando na quinta-feira a Moscovo.

Nesta quarta-feira ele dever-se-ia avistar com o presidente angolano, João Lourenço, para além de visitar o Museu nacional de História militar e se deslocar à Escola da embaixada russa.

Angola até ao momento recusou-se em votar, na Assembleia geral das Nações Unidas, a condenação da invasão russa, mas tem reiterado apelos a um cessar-fogo.ANG/RFI