Brasil/Supremo Tribunal Federal inclui Bolsonaro na investigação aos ataques
De acordo com o documento judicial, o
juiz Alexandre de Morais aceitou o pedido do Ministério Público, que citou um
vídeo divulgado por Bolsonaro na rede social Facebook dois dias após o motim,
noticiou a agência Associated Press (AP).
A Procuradoria-Geral da República
(PGR) tinha pedido esta sexta-feira ao STF brasileiro para investigar o
ex-Presidente Jair Bolsonaro como autor intelectual e instigador dos ataques
feito por extremistas aos três poderes, em Brasília, no domingo.
“A Procuradoria-Geral da República
(PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a inclusão de representação
contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Inquérito 4.921, que apura a
instigação e autoria intelectual dos actos antidemocráticos que resultaram em
episódios de vandalismo e violência em Brasília no último domingo”, lê-se num
comunicado divulgado na página do Ministério Público Federal.
Os membros do Ministério Público
Federal indicam que ao partilhar o vídeo nas suas redes sociais “no dia 10 de
Janeiro questionando a regularidade das eleições presidenciais de 2022″,
Bolsonaro teria feito incitação pública à prática de crime.
Bolsonaro apagou o vídeo no dia
seguinte, na quarta-feira.
Já depois do pedido de abertura de uma
investigação, o advogado de Jair Bolsonaro negou qualquer envolvimento do
ex-presidente brasileiro nos ataques de radicais ao três poderes.
“O presidente Jair Bolsonaro repudia
veementemente os atos de vandalismo e depredação do património público cometido
pelos infiltrados na manifestação. Ele jamais teve qualquer relação ou
participação nestes movimentos sociais espontâneos realizados pela população”,
disse Frederick Wassef, numa nota enviada à comunicação social.
“O presidente Jair Bolsonaro sempre
repudiou todos os atos ilegais e criminosos, e sempre falou publicamente ser
contra tais condutas ilícitas, assim como sempre foi um defensor da
Constituição e da democracia. Em todo o seu governo, sempre atuou dentro das
quatro linhas da Constituição”, acrescentou o advogado de Jair Bolsonaro.
Os ataques culminaram uma escalada de
ataques dos ‘bolsonaristas’ radicais contra a democracia, que desde o dia
seguinte às eleições iniciaram mobilizações para incentivar um golpe contra
Lula da Silva.
Antes dos ataques às sedes dos três
poderes, os radicais de extrema-direita bloquearam estradas, invadiram uma
delegacia de Brasília em meados de dezembro e, dias depois, terão deixado um
artefacto explosivo próximo ao aeroporto da capital, que foi desativado pela
polícia.
No domingo, apoiantes do ex-presidente
brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram as sedes do Supremo Tribunal
Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à
intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade
internacional.
A invasão começou depois de militantes
da extrema-direita brasileira que apoiam o anterior presidente, derrotado por
Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de outubro passado, terem convocado um
protesto para a Esplanada dos Ministérios, na capital brasileira. ANG/Inforpress/Lusa
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