Rússia/Parlamento ameaça confiscar bens de cidadãos que saíram do país
Bissau, 13 Jan 23 (ANG)
– O presidente do Parlamento russo, Viacheslav Volodin, ameaçou esta
sexta-feira confiscar os bens dos russos que abandonaram o país e que "se
permitem denegrir publicamente a Rússia".
Segundo escreveu
Viacheslav Volodin na plataforma Telegram, o objectivo dessas pessoas é (...)
tentar preservar o seu bem-estar no estrangeiro", onde "vivem
confortavelmente" graças à Rússia e aos rendimentos que recebem do país.
Acusou ainda "os
canalhas que partiram" de "denegrirem a Rússia, os seus habitantes e
os seus soldados, e apoiarem abertamente bandidos, nazis e assassinos".
A ofensiva militar
lançada a 24 de Fevereiro pela Rússia na Ucrânia foi justificada pelo
Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar"
e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia.
Volodin defendeu que as
declarações contra o país e os seus militares podem ser consideradas como
"apelo ao extremismo, reabilitação do nazismo ou desacreditação das Forças
Armadas", crimes contemplados no Código Penal russo.
Segundo estimativas,
centenas de milhares de russos terão abandonado o país, sobretudo no Outono,
depois de o Kremlin ter anunciado a mobilização de centenas de milhares de
homens em idade de combate.
Em Dezembro, o ministro
do Desenvolvimento Digital, Maksut Shadayev, admitiu que cerca de 100 mil
profissionais de tecnologias de informação da Rússia, ou 10% do total, deixaram
o país em 2022.
Estas partidas
suscitaram preocupações sobre uma fuga de cérebros que poderia criar escassez
de trabalhadores no sector de alta tecnologia, que requer pessoal altamente
qualificado.
A invasão russa causou a
fuga de mais de 14 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e
mais de 7,9 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes
dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa
desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7
milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de
ajuda alimentar e alojamento.
A invasão foi condenada
pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de
armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e
económicas.
A ONU apresentou como
confirmados desde o início da guerra 6.919 civis mortos e 11.075 feridos,
sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.ANG/Angop
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