quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Serra Leoa/Quase 20 militares e polícias detidos  sob acusação de subversão

Bissau, 09 Ago 23 (ANG) - Catorze militares, três polícias, incluindo um ex-oficial demitido, e dois civis foram detidos e estão a ser processados na Serra Leoa por "subversão", enquanto outras oito pessoas continuam a ser procuradas, anunciou hoje a polícia.

A polícia da Serra Leoa anunciou há uma semana a detenção de várias pessoas, incluindo oficiais do exército, que acreditava estarem a planear ataques violentos um ano após a violência de Agosto de 2022, que provocou mais de 30 mortos.

Os suspeitos planeavam utilizar as manifestações pacíficas previstas para esta semana “como pretexto para lançar ataques violentos contra as instituições do Estado e os cidadãos pacíficos”, acusou o inspector-geral da polícia, William Fayia Sellu, em conferência de imprensa.

Dos 14 membros das forças armadas detidos, oito são oficiais superiores e seis são oficiais subalternos, acrescentou Fayia Sellu.

O dirigente disse ainda que estava em curso uma “caça ao homem” para deter mais cinco militares e três agentes da polícia.

“A polícia reforçou a segurança e o serviço de informações em todo o país”, acrescentou.

O inspector-geral disse que a Serra Leoa tinha pedido a colaboração da Interpol para ajudar a localizar quaisquer suspeitos que pudessem estar no estrangeiro.

Na segunda-feira, o ministro da Informação da Libéria, Ledgerhood Rennie, disse à agência France-Presse que Mohammed Yaetey Turay, um ex-funcionário da polícia demitido em 2020, tinha sido detido naquele país a pedido das autoridades da Serra Leoa.

O ministro da Informação da Serra Leoa, Chernor Bah, confirmou que a detenção de Turay estava ligada “aos planos que a Segurança do Estado tinha descoberto por parte de certos indivíduos para minar a paz do Estado e desencadear a violência contra os nossos cidadãos”.

A inflação e a exasperação com o governo levaram a tumultos em 10 de Agosto de 2022, nos quais foram mortos 27 civis e seis polícias.

A organização Amnistia Internacional afirmou ter recolhido testemunhos que alegam o “uso excessivo da força” e condenou as restrições à Internet. ANG/Angop

 

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