terça-feira, 17 de outubro de 2023

        Rússia/Vladimir Putin rompe isolamento internacional na China

Bissau, 17 Out 23 (ANG) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, chegou, esta terça-feira, a Pequim, onde se vai reunir com o seu homólogo e aliado chinês Xi Jinping.

O encontro acontece no âmbito de uma cimeira multilateral com 130 países e numa altura em que o mundo está com as atenções voltadas para a guerra Israel-Hamas.

Desde o início da invasão russa à Ucrânia, em Fevereiro de 2022, e o progressivo isolamento internacional de Moscovo, esta é a primeira viagem do Presidente russo a uma grande potência mundial e a segunda desde que é alvo de um mandado de detenção internacional. O mandado foi emitido em Março pelo Tribunal Penal Internacional do qual a China não faz parte.

Alvo de sanções ocidentais por causa da ofensiva contra Kiev, Moscovo tem estreitado as relações com Pequim, que já era um aliado próximo. A China tem sido criticada pelos países ocidentais porque apesar de defender a integridade territorial de todos os países, nunca condenou publicamente a invasão russa.

Vladimir Putin e Xi Jinping devem reunir-se esta terça-feira, numa altura em que decorre uma cimeira multilateral com cerca de 130 países e em que Putin é o cabeça-de-cartaz da reunião. De acordo com comunicado do Kremlin, os Presidentes russo e chinês “devem debater de forma amigável e franca (…) problemas urgentes da cooperação bilateral e da agenda internacional”. Ou seja, a guerra entre Israel e o Hamas deverá ser um dos pontos principais.

Os Estados Unidos pediram à China para usar a sua “influência” para acalmar a situação, numa altura em que os bombardeamentos de resposta de Israel mataram mais de 2.750 pessoas, essencialmente civis. Os países ocidentais solidarizaram-se com Israel depois de 7 de Outubro e dos ataques do Hamas que mataram cerca de 1.400 pessoas, também na sua maioria civis.

Pequim vai enviar, esta semana, para a região o seu enviado especial para o Médio Oriente, Zhai Jun, e, segundo a televisão pública CCTV, ele defende um cessar-fogo e conversações de paz. A Rússia apelou também a “um cessar-fogo imediato” e, esta segunda-feira, Vladimir Putin mostrou-se preocupado com "o aumento catastrófico” do número de vítimas civis em Gaza e com uma eventual transformação do conflito Israel-Hamas numa “guerra regional”.

Esta terça-feira de manhã, Vladimir Putin reuniu-se com o primeiro-ministro húngaro Victor Orban e, no final, mostrou-se satisfeito por ter a Hungria como interlocutor na Europa porque - afirmou - “tendo em conta as condições geopolíticas atuais, as possibilidades de guardar contacto e de desenvolver relações são muito limitadas”. ANG/RFI

 

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