segunda-feira, 6 de novembro de 2023

   Cisjordânia/Mahmoud Abbas denuncia "genocídio" contra palestinianos

Bissau, 06 Nov 23 (ANG) - O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, fez ,no domingo, uma visita surpresa à Cisjordânia, onde se encontrou com o Presidente da Autoridade Palestiniana.

Mahmoud Abbas denunciou "uma guerra de genocídio" por parte de Israel contra os palestinianos da Faixa de Gaza e pediu um cessar-fogo imediato.

Blinken apelou ao fim da “violência dos extremistas” contra os palestinianos na Cisjordânia e alertou contra o “deslocamento forçado” dos palestinianos na Faixa de Gaza. 

O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, reuniu-se com o Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, em Ramallah, numa altura em que há alertas internacionais contra represálias israelitas contra os palestinianos que vivem na Cisjordânia ocupada.

De acordo com um porta-voz do chefe da diplomacia norte-americana, depois do encontro com Mahmoud Abbas, Antony Blinken apelou ao fim da “violência dos extremistas” contra os palestinianos na Cisjordânia e também alertou contra o “deslocamento forçado” dos palestinianos da Faixa de Gaza.

Por sua vez, Mahmoud Abbas falou em "terrorismo dos colonos" judeus na Cisjordânia [atualmente meio milhão de colonos ocupam o território] e denunciou uma "limpeza étnica".

 O líder da Autoridade Palestiniana também denunciou "uma guerra de genocídio" contra os palestinianos da Faixa de Gaza "por parte do aparelho militar de Israel, sem qualquer respeito pelos princípios do direito internacional". 

É a primeira vez que o secretário de Estado norte-americano vai à Cisjordânia desde o início da guerra, a 7 de Outubro, entre o Hamas e Israel. A visita não foi anunciada anteriormente por razões de segurança e ocorre depois de uma viagem à Jordânia, este sábado, e a Israel, na sexta-feira.

De acordo com um comunicado do departamento de Estado norte-americano, durante o encontro com o Rei Abdullah II da Jordânia, no sábado à noite, Blinken sublinhou a sua "preocupação com o aumento da violência na Cisjordânia" e insistiu no "compromisso dos Estados Unidos em trabalhar com os parceiros para uma paz duradoura na região para o estabelecimento de um Estado palestiniano”.

Os Estados Unidos defendem uma solução de dois Estados e a visita a Ramallah é um sinal do apoio norte-americano ao líder da Autoridade Palestiniana, cuja autoridade é largamente questionada, e também uma tentativa de mostrar que os Estados Unidos se preocupam com os palestinianos, apesar de serem o principal apoio político e militar de Israel.

Na terça-feira, o chefe da diplomacia norte-americana afirmou, no Congresso, que a Autoridade Palestiniana deveria retomar o controlo da Faixa de Gaza, dirigida desde 2007 pelo Hamas. Hoje, Mahmoud Abbas disse que o regresso da Autoridade Palestiniana a Gaza, no final da guerra entre Israel e o Hamas, dependerá de "uma solução política global para a Cisjordânia, Jerusalém Leste e a Faixa de Gaza".

Os Estados Unidos, vários países europeus e árabes, assim como a ONU, têm alertado para a deterioração da segurança na Cisjordânia onde o exército informou, na sexta-feira, que as suas forças operam contra o Hamas, nomeadamente nas cidades de Jenine e Nablus.

 E de acordo com a Autoridade Palestiniana, mais de 140 palestinianos foram mortos por soldados ou colonos israelitas na Cisjordânia desde o início dos bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza na sequência dos ataques sem precedentes do Hamas a Israel de 7 de Setembro.

Esses ataques fizeram 1.400 vítimas mortais e, em resposta, Israel prometeu “aniquilar” o Hamas, tendo, desde então, bombardeado a Faixa de Gaza em ataques que já mataram cerca de 9.770 pessoas, incluindo 4800 crianças.

O diretor do Hospital Europeu em Khan Younes em Gaza, Youssef Al Akaad, denuncia que as crianças são as principais vítimas do conflito que, quando sobrevivem, ficam sem nada, nem ninguém.  ANG/RFI

 

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