Cabo Verde/ Professores em greve nacional durante dois dias por melhores salários
Bissau, 23 Nov 23 (ANG) - Mais
de 90 por cento dos docentes do ensino básico obrigatório e do ensino
secundário observam a greve de dois dias dos professores em Cabo Verde.
Na quarta-feira a maioria das escolas
estiveram sem aula, devido à greve de dois dias dos professores. Uma docente em
Santo Antão afirmou que aderiu à greve porque o governo não quer assumir um
compromisso sério com os professores.
“O
governo desconsiderou a classe docente não querendo afirmar um compromisso
sério com os professores revelando uma certa insensibilidade em atender
as principais reivindicações” disse a
professora. Osvaldina Assunção.
Um dos sindicatos que convocou a greve de
dois dias dos professores é o SINDEP Sindicato Nacional dos Professores o
seu presidente Jorge Cardoso afirma que não tiveram outra saída.
“Não
tivemos outra opção, tivemos que avançar com a greve. O governo tinha prometido
que resolveria todas as pendências dos professores em 2023 agora empurrou para
2024. E, o que está na origem da greve tem a ver com o reajuste salarial e nós
apresentamos uma proposta bem clara”, disse o
presidente do Sindep, Jorge Cardoso.
Em conferência de imprensa, três horas e
meia após o início da greve, o ministro da educação, Amadeu Cruz, afirmou que
Cabo Verde não tem como suportar o aumento salarial de mais de 36 por cento
para os professores como exige a classe.
“Os
sindicatos convocaram uma greve dos professores tendo como única justificação o
pedido de um aumento da base salarial de 78.67 escudos para 107.471 escudos, o
que significa um aumento dos salários absolutamente incomportável para a
economia nacional, na ordem dos 36,6% dos salários dos professores. Esta
proposta de aumento salarial teria um impacto orçamental fixo superior a 2,25
milhões de contos por ano e que teria também efeitos colaterais principalmente
do lado da tributação e da inflação” disse o ministro
da educação, Amadeu Cruz para acrescentar que “se todas as classes pedirem esse
aumento de 36,6 %, não há país que aguente, pois não é somente em Cabo Verde,
não há nenhum governo que aguente um aumento salarial de 36,6%, nem de
professores e nem de uma outra classe profissional”.
Os professores já avisaram que caso a greve
de dois dias não consiga surtir os efeitos desejados, a classe parte para uma
greve por um período indeterminado.
Os professores em Cabo Verde exigem ainda a
conclusão de reclassificações, promoção automática, regularização da atribuição
dos subsídios por não-redução da carga horária até 2024, melhorar a carreira
dos mestres, doutores e professores universitários, regularização da carreira
das educadoras de infância, regularização do processo de transição dos
professores e revisão do Estatuto da Carreira do Pessoal Docente. ANG/RFI
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