Cuba adverte Donald Trump e exige respeito nas negociações
Bissau, 19 Dez 16
(ANG) - Cuba fez no sábado uma advertência ao Presidente eleito dos Estados
Unidos, Donald Trump, de que só aceita relações com Washington em termos
de igualdade, sem condicionamentos e com independência.
A advertência de
Cuba foi feita no dia do terceiro aniversário da aproximação com os Estados
Unidos.
“Cuba jamais aceita condições diferentes”, enfatizou o jornal oficial “Granma”,
ao recordar que a aproximação entre os dois países começou em 17 de Dezembro de
2014, durante uma “negociação em termos de igualdade, sem condicionamentos e
com respeito à independência e soberania da ilha”.
“Durante o último meio século, Cuba demonstrou em inúmeras ocasiões que não
está disposta a trair os princípios e valores nos quais crê firmemente e o
sacrifício compartilhado por milhões de pessoas desde o início dos seus feitos
independentistas até hoje, seja quantos forem os benefícios”, referiu o jornal.
Após os anúncios presidenciais da data, começou um processo de “normalização”
das relações entre ambos os países, após mais de meio século de inimizade.
Os laços
diplomáticos foram restabelecidos em Julho de 2015, e as aproximações foram
aumentando em diferentes esferas.
Mas desde a eleição de Donald Trump à Casa Branca, o novo Presidente
condicionou a continuidade do processo a um acordo mais vantajoso para Washington,
que envolve concessões políticas de Havana.
Aceitar
condicionamentos “é deixar de lado todos aqueles que vêem em Cuba um símbolo de
resistência e dignidade da América Latina e das Caraíbas”, acrescentou o
“Granma”.
“Não é coincidência que os países desde o Rio Bravo à Patagónia tenham exigido
com maior força a Washington que pusesse fim às agressões contra Cuba e que
aceitasse a presença da ilha em todos os espaços regionais”, relembrou.
Apesar de o embargo económico permanecer e os americanos continuarem com a
posse da base naval de Guantánamo, o jornal indica que a normalização rendeu
bons frutos em diferentes áreas, apesar de o impacto na economia ser menor,
devido às restrições ainda vigentes.
ANG/JA
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