sexta-feira, 20 de julho de 2018

Cimeira CPLP


 Apesar das dificuldades os países querem percorrer o caminho da mobilidade

Bissau, 19 Jul 18 (ANG) – Os países membros da CPLP reafirmaram quarta-feira a vontade de se avançar com a mobilidade dentro da comunidade, apesar das dificuldades realçadas durante a XII Cimeira dos Chefes de Estado e do Governo, realizada na ilha do Sal.

Ao intervir no enceramento do encontro, o Presidente da República de Cabo Verde e presidente em exercício da CPLP, Jorge Carlos Fonseca disse que todos estão cientes das dificuldades da caminhada, mas que mesmo assim querem percorrer esse caminho com firme vontade e boa fé.
“O caminho da mobilidade não é outra coisa que não seja a intensificação dos nossos contactos, das nossas parcerias, das nossas trocas, da nossa cooperação a vários níveis, político, cultural, cientifico e tecnológico, mas também económico e empresarial”, realçou.
“Reafirmamos aqui que não ignoramos o nosso contexto regional e os nossos compromissos, mas eles não se opõem aos nossos propósitos de construir uma verdadeira comunidade na qual os nossos cidadãos se revejam e nela sinta orgulho”, acrescentou.
Neste sentido, salientou que ficou acordado que os países devem dar passos seguros e firmes, com cautela que se impõe, mas com a determinação em vencer os obstáculos e atingir a meta.
Outro compromisso assumido tem a ver com a realização de investimentos mais consistentes num programa de cultura na CPLP, e neste particular a ideia é de criar um fluxo intenso, com impacto no reforço da cumplicidade entre os escritores, artistas, agentes e promotores culturais, mas também com impacto económico, abrindo caminho para um autêntico mercado da CPLP de cultura.
Jorge Carlos Fonseca salientou que esta Cimeira, que marcou a início da presidência cabo-verdiana, demonstrou que todos os Estados estão na CPLP com cabeça e com coração.
“Com cabeça porque não ignoramos que em qualquer comunidade de Estados soberanos existem sempre interesses legítimos e que se impõem aos Estados, em nome dos seus respectivos povos, a defesa desses mesmos interesses, mas também com coração é uma comunidade assente na história, na convivência secular, na cultura e na amizade”, disse.
Durante a XII Cimeira foi aprovada a candidatura de Angola para a próxima presidência da CPLP, eleito o novo secretário executivo, que recaiu sobre o embaixador português, Francisco Ribeiro Teles
Foi também aprovada a concessão da categoria de observadores associados da CPLP os países como Chile, Sérvia, Argentina, Itália, Andorra, França e Grão-Ducado do Luxemburgo e a organização dos Estados Ibéro-Americanos para a Educação, Ciência e Cultura, na categoria de assessor associado da CPLP.
Pelo número de adesões, o Presidente de Cabo Verde e presidente em exercício da CPLP, Jorge Carlos Fonseca, constatou, na ocasião, uma “grande apetência” para a CPLP.
A Cimeira foi ainda palco, hoje, da assinatura de um compacto financeiro para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), “iniciativa singular” do Banco Africano do Desenvolvimento (BAD), rubricado pelo presidente do banco, sediado em Abidjan, e pela secretária executiva da CPLP.
A Cimeira decidiu ainda expressar um voto de louvor à secretária executiva da CPLP, Maria do Carmo Silveira, pela “dedicação e elevada competência e determinação” com que vem servindo a Comunidade ao longo do seu mandato, mas também pelo “empenho na efectivação da nova visão estratégica” da CPLP e na projecção internacional da organização e o seu “papel activo” na promoção da participação da CPLP aos seus cidadãos.
Por fim, a Cimeira saudou a memória de Nélson Mandela, que se fosse vivo completaria 100 anos, definido por Jorge Carlos Fonseca como “grande combatente anti-apartheid, pela democracia e pelos ideais humanistas e da democracia”. ANG/Inforpress

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