quinta-feira, 26 de setembro de 2019

EUA


         Donald Trump alvo de  abertura de processo de "impeachement"
Bissau, 26 set 19 (ANG) - O presidente Donald Trump é alvo de um processo de "impeachement" e acusado de ter violado a Constituição, ao pressionar o seu homólogo ucraniano Zelensky para investigar Hunter Biden, filho do seu rival Joe Biden e que é membro da direcção da empresa de gás ucraniana Burisma.
O pedido de abertura do processo de destituição de Donald Trump foi apresentado na terça-feira (24/09) pela presidente da câmara dos Representantes a democrata Nancy Pelosi.
O processo será longo e foi raras vezes utilizado na história dos Estados Unidos, onde três presidentes foram submetidos a "impeachement": os democratas Andrew Johnson em 1868 e Bill Clinton em 1998, mas acabaram sendo adsolvidos pelo Senado e o republicano Richard Nixon que acabou por renunciar em 1974 a meio do processo.
Este anúncio surge depois de meses de pressão de algumas alas do Partido Democrata e foi motivado pela revelação na semana pâssada pelo Wall Street Jornal de que Donald Trump teria tentado em Julho, pressionar o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelenski a investigar Hunter Biden, filho do ex-vice-presidente Joe Biden.
Em troca Trump teria prometido "algum apoio" ao seu homólogo, possivelmente ajuda militar e a respectiva verba chegou a ser retida e depois suspensa para pressionar a investigação, segundo a denúncia de um "whistleblower" ou informador dos serviços de inteligência, cuja identidade não foi revelada.
A respectiva conversa telefónica - ocorrida a 25 de Julho - será retranscrita e apresentada na Câmara dos Representantes, possivelmente ainda esta quarta-feira (25/09) anunciou  Donald Trump, à margem da Assembleia Geral da ONU.
Mas a abertura deste processo não significa que a Câmara dos Representantes, dominada pelos Democratas, decida votar o "impeachement", tanto mais que este terá que ser ratificado por pelo menos dois terços do Senado, onde a maioria é Republicana.
Segundo a Constituição o Presidente pode ser demitido se for condenado por "traição, suborno ou outros crimes" que não são detalhados e historicamente é comum que haja a aprovaçao de uma resolução autorizando a Comissão Judiciária a realizar investigações, como sucedeu nos casos de Nixon e Clinton, antes da votação no plenário, onde tem que ser aprovada por maioria simples em cada um dos artigos do "impeachement", bastando que apenas um seja aprovado, para viabilisar a destituição.
Caso tal aconteça o vice-Presidente Mike Pence assume o poder.
Trump considera estas acusações como "a mais destrutiva caça às bruxas de todos os tempos" e até ao momento o Presidente ucraniano ainda não reagiu mas ambos devem avistar-se na Assembleia Geral da ONU.
Actualmente seis comissões da Câmara já investigam o Presidente Trump por outras acusações não relacionadas com o caso da Ucrânia.
Com em pano de fundo as eleições presidenciais de 2020, Joe Biden lidera as pesquisas de intenção dos democratas e deverá enfrentar Trump, mas segundo Nancy Pelosi a pressão de Trump sobre Zelensky revela uma incitação à interferência estrangeiras nessas eleições e a traição do juramento presidencial.
Segundo uma sondagem efectuada pelo YouGov 55% dos cidadãos norte-americanos apoiam a destituição do Presidente Donald Trump, caso se prove que ele suspendeu o envio de recursos à Ucrânia para pressionar as investigações. ANG/RFI

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