“Jovens
e mulheres no governo são janela de oportunidade na Guiné-Bissau”, diz Bintou
Keita
Bissau, 11 set 19 (ANG) – A secretária-geral assistente das
Nações Unidas para África felicitou o novo governo guineense”pela conquista sem
precedentes da paridade de género e pela nomeação de jovens altamente
qualificados”.
Numa reunião do Conselho de Segurança realizada terça-feira
Bintou Keita disse que isso “abre uma nova janela de oportunidade para a
governação inclusiva do país”.
O novo governo foi formado em julho, depois das eleições
legislativas realizadas em março. Dos 16 ministros, oito são mulheres.
Bintou Keita destacou que o executvo adotou um plano de emergência
de sete meses para prestar assistência a
alguns sectores-chave, como educação, saúde,infraestrutura e serviços públicos.
A representante afirmou
que “dadas as actuais tensões dentro e entre partidos políticos,
inclusive dentro da aliança maioritária liderada pelo PAIGC, a aprovação do
Programa do Governo será um testemunho da força e capacidade da aliança para
governar o país.”
A representante afirmou que , desde a tomada de posse do
novo governo, o debate político tem sido dominado pelos preparativos para
eleições presidenciais,marcadas para 24 de novembro.
Referiu que vários partidos políticos organizaram eleições
primárias para escolher os seus candidatos e que alguns candidatos
independentes também surgiram.
O prazo para a apresentação das candidaturas ao Supremo Tribunal de Justiça termina a 25
de setembro.
A secretária-geral assistente disse que o processo
eleitoral continua cheio de desafios. Segundo ela, alguns representantes estão
preocupados com a correcção da lista de eleitores para regularizar a situação
de cerca de 25 mil eleitores que foram impedidos de votar nas eleições
legislativas, devido ao medo de fraude.
Keita afirma que “há um sentimento de desconfiança entre as
partes interessadas, que deve ser resolvido antes da eleição, para garantir um
processo pacífico e consensual e um resultado que seja aceite por todos”.
Com 75 dias até eleições, a representante disse que é
importante que o financiamento seja disponibilizado rapidamente para que todas as
actividades estejam concluídas em tempo útil.
Keita usou a presença no Conselho de Segurança “para
incentivar os parceiros internacionais a estender sua generosidade à
Guiné-Bissau , fornecendo, com urgência, o apoio financeiro necessário para a
eleição”.
Segundo ela , “tempo é essencial” e estas contribuições
serão fundamentais para garantir a realização das eleições presidenciais”, na
data prevista.
Disse que “todos os
esforços devem ser feitos para garantir a realização oportuna de uma eleição
presidencial inclusiva, credível e pacífica”.
Para a representante da ONU, o ambiente político continua a
ter um impacto negativo no desempenho económico do país e nas condições de vida
das populações.
Disse que a situação dos Direitos Humanos continua a sofrer
com impactos negativos das tensões
socioeconómicas, incluindo restrições direcionadas às liberdades civís.
Enquanto isso, Bintou Keita afirmou que “o narcotráfico e o
crime organizado continuam a representar ameças à paz e à segurança no país e
além”.
A representante lembrou a apreensão pela Polícia Judiciária
de 1869 quilogramas de cocaína, a 02 e setembro. Segundo ela, isso indica que a
Guiné-Bissau continua sendo uma rota de trânsito para o narcotráfico, mas
também ilustra a melhoria da capacidade da Polícia Judiciária de combater o
flagelo”.
Segundo uma resolução do Conselho de Segurança, continua a
ser preparado o encerramento do Escritório Integrado da ONU para a Consolidação
da Paz na Guiné-Bissau, Uniogbis, a 31 de dezembro de 2020.
Como primeiro passo, um escritório regional foi fechado. Os
três restantes devem encerrar até 31 de dezembro de 2019.
A nova representante especial do secretário-geral, Rosine
Sori-Coulibaly, chegou à Bissau a 05 de setembro e trabalha no plano de
transição.
Bintou Keita disse que “2019 é um ano crucial para a
Guiné-Bissau aproveitar a oportunidade para encerrar o ciclo recorrente de instabilidades que
dificulta o seu desenvolvimento socioeconómico, há décadas”.
Segundo ela, o risco de instabilidade antes da eleição
presidencial é alto, com rivalidades políticas
e más perspectivas económicas para a população.
A secretária-geral assistente terminou a apresentação
dizendo que “todos os actores nacionais devem estar atentos aos seus deveres
para com o povo e a necessidade de ir além dos interesses indivíduais e
partidários”.
ANG/ONU News
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