Greve global pelo Clima
Bissau, 23 set 19 (ANG) -
Milhares de crianças e adolescentes, de Sidney a São Paulo, passando por Nova
Délhi e Paris, saíram às ruas na
sexta-feira (20) pela Greve Global Pelo Clima, que promete ser um dos maiores
protestos a favor do meio ambiente já organizados.
A iniciativa é liderada
pela ativista sueca Greta Thunberg, de 16 anos, que está em Nova York para
participar da Assembleia Geral da ONU, nesta semana.days for
Future”(Sextas-feiras pelo Futuro”)
No total, mais de cinco
mil eventos da mobilização conhecida como (“Fridays for
Future(Sextas-feira pelo Futuro”)
realizados em todo o mundo. A expectativa é que a maior manifestação
seja realizada em Nova York, com a presença de mais de um milhão de estudantes.
Em Paris, uma marcha foi
realizada na tarde desta sexta-feira, saindo da Praça de La Nation, no leste da
capital francesa. No total, 56 organizações e associações ambientais convocaram
os jovens a saírem às ruas em toda a França.
Na Alemanha, pela primeira
vez desde o início do movimento "Fridays
for Future",
os protestos foram convocados não apenas por organizações juvenis mas
também por sindicatos e ONGs. Mais de 500 atos estão realizados em todo o país.
No Brasil, a Greve Global
Pelo Clima é realizada em cidades de todas as regiões, incentivada pela
Coalizão pelo Clima, da qual fazem parte 70 coletivos. No total, 18 Estados
brasileiros confirmaram a realização de manifestações.
Os primeiros a ocuparem as ruas sexta-feira foram crianças e adolescentes das
ilhas Vanuatu, Salomão e Kiribati, territórios ameaçados pela elevação do nível
do mar devido ao aquecimento global. Nestas ilhas, as crianças e jovens
estudantes cantaram "não estamos fugindo, estamos lutando".
Um pouco mais tarde foi a vez de jovens australianos
protestarem em Sidney, Melbourne e dezenas de outras cidades. "Estamos
aqui para mandar uma mensagem aos poderosos, aos políticos, para lhes mostrar
que estamos preocupados e que isto é realmente importante para nós", disse
Will Connor, um adolescente de 16 anos de Sidney.
Atos também são realizados em Nova Délhi e Mumbai, na
Índia. Nas Filipinas, dezenas de milhares de pessoas participam de
manifestações e marchas, neste arquipélago gravemente ameaçado pela elevação do
nível dos oceanos. Em Palangkaraya, na Indonésia, jovens desfilaram na espessa
fumaça dos incêndios que devastam as florestas do país.
Na véspera da greve, Greta Thunberg, adolescente sueca
de 16 anos que se tornou a líder do movimento, reafirmou que há soluções que
estão sendo "ignoradas", e pediu que os mais jovens tomem a
iniciativa contra o aquecimento global. "Tudo conta, o que você faz tem
importância", disse em mensagem ao seu exército de seguidores.
Thunberg chegou
na semana passada a Washington, onde manteve uma agenda lotada. A adolescente
se encontrou com o ex-presidente Barack Obama, que a saudou como "uma das
maiores defensoras do nosso planeta" e recebeu um prêmio de
"embaixadora da consciência" da Amnistia Internacional.
Na quarta-feira (18), diante de uma audiência conjunta
de dois comitês da Câmara, sua mensagem foi simples, mas contundente. "Eu
não quero que vocês me escutem, quero que escutem os cientistas", disse.
Na próxima semana, a jovem sueca participa da Assembleia Geral da ONU. ANG/RFI
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