Parlamento britânico volta a rejeitar eleições antecipadas
Bissau, 10 set 19 (ANG) - Antes
de ser suspenso até 14 de Outubro, o Parlamento britânico voltou a rejeitar, terça-feira à noite, o pedido do
primeiro-ministro Boris Johnson de convocar eleições antecipadas.
Vista do parlamento britânico |
A pausa parlamentar vai
terminar duas semanas antes da data prevista para o Brexit.
O primeiro-ministro queria
nova ida às urnas a 15 de Outubro, ou seja, quando os deputados regressassem da
pausa parlamentar que ele lhes impôs. Mas, pela segunda vez em dois dias, Boris
Johnson viu a sua proposta de eleições antecipadas rejeitada.
Apenas 293 votaram a
favor, longe dos dois terços necessários para convocar novo escrutínio.
Antes do voto, Boris
Johnson avisou que não vai pedir um novo adiamento do Brexit, previsto para 31
de Outubro, apesar de uma lei nesse sentido ter sido aprovada pelo
Parlamento e ter entrado em vigor, esta segunda-feira, depois da
luz verde da Rainha Isabel II.
O chefe do Governo disse
ao líder da oposição, Jeremy Corbyn, que se quisesse um adiamento, bastava
votar em eleições antecipadas.
Só que antes de
qualquer ida às urnas, a oposição quer eliminar a possibilidade de um Brexit
sem acordo e, por isso, quer o adiamento da saída de três meses, algo que
o Parlamento aprovou na semana passada.
Esse documento obriga
Boris Johnson a pedir mais tempo à União Europeia se não houver acordo de saída
até 19 de Outubro.
A suspensão do Parlamento
suscitou uma vaga de indignação no Reino Unido, com Boris Johnson a ser acusado
de impedir voluntariamente os deputados de debater o Brexit para obrigar a um
divórcio sem acordo com a União Europeia.
O presidente do Parlamento, John Bercow,
denunciou um “escândalo constitucional” e anunciou a sua demissão também esta
segunda-feira.
Outro revés para o
primeiro-ministro: a Câmara dos Comuns adoptou um texto que obriga o governo a
publicar os documentos confidenciais sobre os impactos de um "no
deal" face às suspeitas de que o governo os teria minimizado.
O Brexit estava
inicialmente previsto para 29 de Março e já foi adiado duas vezes. Um novo
adiamento teria de ser aprovado por unanimidade pelos 27 estados-membros da
União Europeia.
Em caso de eleições
antecipadas, Boris Johson iria tentar recuperar a maioria que perdeu ao excluir
21 dos seus deputados que votaram pelo adiamento do Brexit e ao ver outro
deputado abandonar a sua bancada parlamentar em troca do partido pró-europeu
dos liberais-democratas.
No sábado, Johnson sofreu
outro revés com a demissão de um peso pesado do seu governo, o ministro do
Trabalho Amber Rudd, depois da demissão do seu próprio irmão, Jo Johnson. ANG/RFI
Sem comentários:
Enviar um comentário