Bissau, 04 jun 20 (ANG) - Mais de 100 colaboradores
do Hotel Leadger Líbia foram mandados
para casa, por falta de clientes devido à pandemia do novo coronavírus, disse a
Lusa o porta-voz do comité de trabalhadores daquele estabelecimento hoteleiro.
Tumane Seidi disse
que a administração do Leadger
Líbia Hotel, propriedade da empresa Laiko, comunicou a intenção
de suspender o contrato dos colaboradores, a partir de 01 de junho e até
agosto, alegando que o hotel está sem clientes.
A
medida irá afetar mais de 100 colaboradores, observou Seidi, que a considera
ilegal à luz do decreto do estado de emergência emitido pelo Presidente
guineense, Umaro Sissoco Embaló, que proíbe o despedimento dos funcionários
durante a vigência da medida.
O
comité de trabalhadores do hotel vai escrever, ainda hoje, cartas para Umaro
Sissoco Embaló, para o primeiro-ministro, Nuno Nabian, para a ministra dos
Negócios Estrangeiros, Suzi Barbosa, e para a embaixada da Líbia em Bissau.
"Queremos
saber o que será de nós, porque não estamos a compreender o que se passa",
afirmou Tumane Seidi.
Os
trabalhadores estão a tentar fazer a administração do hotel voltar atrás com a
medida, mas se até sexta-feira não houver entendimento, provêm realizar uma vigília à porta do
estabelecimento para impedir a entrada de pessoas.
Tumane
Seidi disse que "o mais caricato" é o facto de antes de comunicar a
decisão de suspender os contratos "que muitos nem têm", a
administração do hotel ordenou que muitos colaboradores entrassem de férias e
quando retomaram o serviço foi-lhes dito que deviam ficar todos em casa.
Seidi
acusa a administração do hotel de não estar a pagar os descontos dos
trabalhadores na Segurança Social desde 2016.
A Lusa refere
que tentou sem sucesso uma reação da
administração do hotel.
No
âmbito do combate à covid-19, o Presidente guineense prolongou, pela quarta
vez, o estado de emergência até 10 de junho.
A
Guiné-Bissau registou desde março mais de 1.300 casos de infeção por covid-19
no país, que já provocou oito vítimas mortais.
Em África,
há 4.601 mortos confirmados em mais de 162 mil infetados em 54 países, segundo
as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
A nível
global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19
já provocou mais de 382 mil mortos e infetou mais de 6,4 milhões de pessoas em
196 países e territórios.
Mais de
2,7 milhões de doentes foram considerados curados.ANG/Lusa
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