terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Caso  Catchura /Direção do Hospital Simão Mendes diz que o activista  não morreu por falta de oxigénio

Bissau,02 Fev 21(ANG) - O director do Hospital Nacional Simão Mendes nega alegações de grupo de activistas, segundo as quais, o jurista e activista cívico, Bernardo Mário Catchura tenha morrido por falta de oxigénio no Simão Mendes.

Em conferência de imprensa, depois de manifestantes terem, segunda-feira, pedido a responsabilização criminal pela morte de Catchurá , Agostinho Semedo, o director clínico do estabelecimento, Dionísio Cumba, e o médico de serviço na cirurgia, Arlindo Quadé, afirmaram que Catchura não foi atendido por falta de espaço e que teria sido recomendado a procurar uma clínica privada.

“Não tínhamos espaço para mais doentes. Tínhamos alguns doentes  no chão,  a sangrar muito”, contou Arlindo Quadé, acrescentando que em cerca de seis minutos de conversa apercebeu-se que Bernardo estava com cólicas abdominais e que já levava três dias sem conseguir evacuar fezes.

Quadé ainda disse que Bernardo Catchura   estava aflito.

"Perguntou-me onde poderia ser tratado, sugeri-lhe que fosse para uma clínica”, revelou ainda Quadé, no que foi secundado pelo director clínico.

Dionísio Cumba acrescentou que, com a informação de Quadé e os exames que Bernardo Mário Catchurá mostrou no seu telemóvel e o diagnóstico oral feito, ele "poderia estar com os intestinos parados, o que pode até ter-lhe dado uma perfuração intestinal, que é fatal”.

“Já aconteceram várias mortes dramáticas por falta de condições de trabalho”, lamentou o director clínico do Hospital Nacional Simão Mendes, cujo director, Agostinho Semedo, reiterou que “o malogrado não morreu pela falta de oxigénio, como se ouve dizer sobretudo nas redes sociais”.

O rapper, jurista e activista Bernardo Mário Catchurá morreu na sexta-feira, 29 de Janeiro.

Na segunda-feira, dia 1 de Fevereiro, dezenas de jovens fizeram uma vigília "Justiça por Bernardo" junto do Ministério da Saúde em Bissau pedindo  uma investigação à morte dele e consequente responsabilização de potenciais culpados. ANG//VOA

 

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