Caju/Governo abdica de cerca de três mil
milhões de francos CFA a favor do sector privado
Bissau,04 Jun 21(ANG) – O ministro
do Comércio e Indústria afirmou que o Governo vai sofrer um défice de cerca de
três mil milhões de francos CFA no Orçamento Geral de Estado a favor do sector
privado, devido ao adiamento da
aplicação das diferentes taxas e impostos introduzidos para a campanha de comercialização de caju do ano em
curso.
Tcherno Djaló, em entrevista
concedida hoje à ANG, disse que o referido montante
constitui um “enorme buraco” criado no Orçamento Geral de Estado 2021, tendo em
conta que já tinha sido previsto e
aprovado.
“Foi um grande esforço do
Governo para salvar a campanha de cajú do ano em curso, se abdicar desse
montante . Agora o Governo tem de articular-se para encontrar outras formas de
cobrir esse défice financeiro”, disse o governante.
O Ministério do Comércio e
Indústria, em representação do Governo e o sector privado, através da Câmara de
Comércio, Indústria, Agricultiura e Serviços, CCIAS), rubricaram no passado dia
18 de Maio do ano em curso, um acordo de viabilização da campanha de comercialização
da castanha de caju.
Ao abrigo do referido acordo
o Governo adiou a execução de novos impostos e taxas previstos no OGE 2021,
dentre os quais a Contribuição Predial Rústica(CPR) ao produtor que era de 15
francos ao kg, passa para 0,00 francos, a Taxa de intermediário de posto
previsto para 5,00 francos, passa para 0,00, a CPR ao exportador que era de 50
francos, foi reduzida para 35 f entre outros.
O ministro do Comércio disse
que a campanha de caju do presente ano estava quase bloqueada devido ao impasse
entre o Governo e o sector privado quanto a aplicação de novos impostos.
“Tivemos que dialogar com o
sector privado e adoptar medidas que possam ajudar a desbloquear a situação. Felizmente
está-se agora numa dinâmica muito acentuada”, disse Tcherno Djaló.
O governante referiu que o problema não reside nas novas
leis, porque foram criadas para melhor
organizar e regulamentar a fileira de caju, mas que as divergências estão nas novas taxas e
impostos introduzidas este ano.
Perguntado sobre que
mecanismos pretendem implementar para controlar a fuga de castanha para os
países vizinhos, Tcherno Djalo respondeu que, quando assumiu as funções, de
facto estava confrontado com a referida situação.
“De facto a campanha estava
numa fase de estagnação, pelo facto de não haver a procura e isso criou
a tendência da fuga de castanha para os países vizinhos por vias não
legais ”, salientou.
Para inverter essa situação,
segundo Djaló,o Minisério do Comércio e Indústria vai formar 353 fiscais para
seguirem a aplicação das normas e impedir a fuga da castanha para países
vizinhos.
Nessa quadro, Tcherno Dialo
acrescentou que o Ministério do Interior disponibilizou uma equipa do Comando
Operacional da Guarda Fronteira para garantir a segurança junto das linhas
fronteiriças, através de patrulhas permanentes de fiscalização. ANG/ÂC//SG
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