sexta-feira, 12 de novembro de 2021


Ambiente
/ONG Tiniguena apresenta estudo de diágnóstico sobre patrimónios autóctones e comunitários do país

Bissau,12 Nov 21(ANG) – A ONG Tiniguena reuniu hoje num workshop, os técnicos e autoridades ligados ao ambiente para a validação de um  diagnóstico sobre  potenciais  patrimónios autóctones e comunitários do país.

Ao presidir a cerimónia de abertura do evento, o director executivo da Tiniguena, Miguel de Barros disse que a questões de gestão das áreas do património autoctones e comunitário denominado APAC, constituem uma novidade na Guiné-Bissau, mas que  já existem em muitos países da costa ocidental africana, onde funcionam algumas redes.

Acrescentou  que são países que têm estruturas de gestão e acompanhamento do mecanismo de gestão do território.

“Na Guiné-Bissau ainda não existe uma acção que pudesse favorecer essa modalidade de compreensão de como é que se pode gerir territórios que não têm estatutos de áreas protegidas, quer de ponto de vista histórico, natural, cultural, económico, e cuja acção de gestão possa ser muito eficaz, na perspetiva de salvaguardar alguma segurança para a comunidade”, explicou.

Segundo Miguel de Barros existem quatro dimensões fundamentais que os sítios de patrimónios autóctones e comunitários(APAC) requerem: em primeiro lugar, tem a ver com a natureza, ou seja em que medida é que o património existente constitui um don para as comundades.

“Podem ser rios, vales, florestas, bolanhas, matas sagradas, campos de produção ou seja todos os potenciais de recursos naturais que acabam por ter uma relação com a presença e fixação das comunidades nesses territórios”, disse.

Barros sublinhou que, um outro elemento fundamental que a APAC reporta, é que as questões culturais estão intimamente ligadas com a própria preservação desses patrimónios.

Disse a título de exemplo existirem  na Guiné-Bissau vários rituais de sacralização de espaços e recursos(mandjidura), frisando que o mais vulgar,é a mangueira e cajueiros quando estão na fase de floração. “Há tendência de colocar lá alguma coisa que simboliza que aquilo é sagrado”, acrescentou.

Disse que essa prática acaba por ser um mecanismo de gestão para demonstrar que é preciso ter possibildades de conservação até maturação dessas frutas para depois serem usados enquanto algo de sustento.

“Todos esses elementos que animam todo esse processo de conservação é conhecido como saber cultural que permite a preservação desses espaços e recursos naturais”, referiu.

O Workshop com a duração de um dia, é subordinado ao tema “ Valorizar e Reconhecer as APAC não só uma questão ecológica, mas também de direitos humanos e salvaguarda de modos e vida das comunidades”.ANG/ÂC//SG

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