África do Sul/ Presidente Ramaphosa nega ter subornado assaltantes
Bissau, 03 Jun 22 (ANG)
- O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, negou quinta-feira ter comprado o silêncio dos
assaltantes que depararam com 3,8 milhões de euros "escondidos" numa
das suas propriedades, acusações que o visam numa queixa apresentada pelo
ex-chefe dos serviços secretos.
"As acusações de
actos criminosos contra o Presidente Ramaphosa são infundadas", disse a
Presidência em comunicado.
Arthur Fraser, chefe dos
serviços de informações sul-africanos até 2018, apresentou quarta-feira uma
queixa por "sequestro" e "corrupção".
Aquele antigo dirigente
acusa o chefe de Estado de ter "ocultado" um assalto datado de
Fevereiro de 2020, durante o qual teriam sido roubados o equivalente a 3,8
milhões de euros "escondidos" numa propriedade que lhe pertence.
Para Arthur Fraser, o
Presidente é culpado de "obstrução à justiça" e de ter organizado
"o sequestro de suspeitos, o interrogatório destes na sua propriedade e da
compra do silêncio destes".
A Presidência confirmou
"um assalto à mão armada" na residência de Ramaphosa no Limpopo
(nordeste), "durante o qual foram roubados os rendimentos da venda de
caça".
Cyril Ramaphosa, que
participava numa cimeira da União Africana em Addis Abeba, não estava presente
no momento do assalto.
"Depois de ser
informado do roubo, o Presidente Ramaphosa comunicou o incidente ao chefe da
unidade de protecção presidencial da polícia, para investigação", continua
a Presidência, assegurando que o chefe de Estado "está pronto a cooperar
com a polícia".
Depois de uma carreira
nos serviços secretos, Arthur Fraser assumiu a chefia dos serviços prisionais.
Dois meses após a prisão
do ex-presidente Jacob Zuma em Julho de 2021, por desacato à justiça, Arthur
Fraser decidiu libertá-lo por razões médicas.
Principal opositor
político de Ramaphosa dentro do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em
inglês), o partido histórico no poder, Zuma foi forçado a renunciar ao cargo em
2018 após uma série de escândalos de corrupção.
No seu comunicado, a
Presidência reitera que Cyril Ramaphosa "continua determinado no combate à
corrupção" e lamenta o que classifica como "campanhas de
desinformação".
O ANC deve decidir até
Dezembro se mantém ou não Ramaphosa como candidato presidencial nas eleições de
2024. ANG/Angop
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