Economia/Centro de Transformação de Bacalhau de Buba corre risco de encerrar portas devido a crise financeira
Bissau,
07 Nov 22 (ANG) - O Centro “Bubacalhau” da Associação das Mulheres Transformadoras de Bacalhau de Buba corre o
risco de encerrar as suas portas devido a crise financeira .
“O Centro Bubacalhau está em
apuros com a crise financeira e corre riscos de encerrar as suas portas.
Como alternativa, as associadas recorrem, na época seca, período em que
se regista escassez de espécies grandes, à outras atividades geradoras de
rendimento económico para garantir a alimentação”, explicou Sene Nhabali..
Aquela responsável disse que
a situação do Centro parece estar a
piorar cada vez mais e que não existem sinais de recuperação devido a
dificuldades financeira, apesar de várias diligências tomadas para melhorar a
situação.
Nhabali pede ao governo e pessoas de boa
vontade no sentido de lhes prestarem ajudas para se evitar o agravamento de
fome e miséria à muitas famílias.
Ainda segundo “O Democrta”, a Presidente de “Bubacalhão”
revelou que dois dos três centros que o projeto dispunha em Farancunda e Empada, já não funcionam por falta de meios
financeiros.
Sene Nhabali disse que, o
grande sonho de Associação das Mulheres Transformadoras de Bacalhão era fazer do Centro uma grande fábrica de produção
de Bacalhau nacional que não só pudesse ser comercializado no mercado interno,
como também no internacional.
“A produção do bacalhau só
se faz em grande quantidade na época das chuvas, porque neste período são capturados peixes grandes em grande número,
na época seca normalmente existe escassez de peixes grandes”, explicou.
De acordo com Sene Nhabali, neste momento, quem está a dinamizar o centro
é a vice-presidente da associação, mas diz que está a fazê-lo com muitas
dificuldades. Disse que se tivessem apoios necessários, cada membro do centro
seria capaz de produzir cerca de 500 quilogramas ou mais de bacalhau por ano.
A Presidente confessou que o
fracasso do Centro se deve à inatividade dos centros de Farancunda e Empada, que funcionavam como pulmões do
projeto e celeiro do centro de Buba.
Acrescenta que neste
momento, devido à incapacidade dos dois centros, as associadas dedicam-se mais
à venda de peixes frescos, não de produção de bacalhau.
Assegurou que, apesar de
escassos meios, a associação fez esforços internos para que a produção de
bacalhau em Farancunda e Empada continuasse, mas não conseguiu evitar o pior,
por isso decidiu entregar, em Outubro, uma carta ao governador da região de
Quinara a solicitar a sua intervenção para garantir que o centro de Buba não
feche as suas portas, por falta de meios ou qualquer situação, porque “poderá
colocar em risco a sobrevivência de muitas famílias que dependem desse sector”.
“O nosso maior entrave neste momento é a falta
de meios financeiros e de conservação do pescado. A fábrica que nos fornecia
gelo já não funciona há mais de um mês. Como alternativa, recorremos ao
processo de fumagem. Mas não usamos tarrafes, porque foi-nos recomendado que é
uma prática nociva ao meio ambiente. Usamos lenhas de outras árvores. É um
processo longo, de meses, sobretudo a transformação”, disse.
Sene Nhabali apelou ao
governo a dar maior atenção às mulheres de pequenas iniciativas geradoras de
rendimento económico, das cooperativas agrícolas, das organizações camponesas,
empreendedoras para poder lutar contra a fome, promover o desenvolvimento e o
bem-estar social da população.
ANG/AALS/LPG//SG
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